Luena – Uma média de 20 pacientes abandonam, mensalmente, o tratamento médico no Hospital Geral do Moxico, recorrendo à terapia tradicional, informou, esta sexta-feira, no Luena, o supervisor para área ambulatória daquela unidade sanitária, David Ndonge.
Em declarações à ANGOP, o responsável disse que os referidos pacientes abdicam-se do tratamento convencional, para serem submetidos ao tradicional, por influência das famílias, sendo que retomam à unidade sanitária, após o agravamento das patologias.
Disse que os curandeiros têm sido o refúgio de muitos doentes, influenciados pela crença ao feiticismo, complicando o processo de tratamento hospitalar, em muitos casos chegando ao falecimento.
A ANGOP constatou, por exemplo, o caso de um paciente com infecção de gangrena avançada, com membros inferiores em estado avançado de putrefacção.
O referido paciente, que estava sob custódia de um curandeiro, recorreu ao hospital com nível de hemoglobina baixa, carecendo de transfusão sanguínea e operação cirúrgica.
“ Ele chegou ao hospital com o ferimento já num estado avançado de putrefacção, uma vez que ficou sete meses submetido aos tratamentos tradicionais nos kimbandas”, disse.
Acrescentou que, tendo em conta o estado de um dos membros do paciente e longo período de negociação com a família, a equipa médica vai amputar a perna direita.
Por sua vez, José Manuel, o irmão do paciente, entende que o doente foi vítima de tala, facto que obrigou a família a recorrer ao tratamento tradicional. AP/TC/YD