Ondjiva – Um estudo recentemente realizado pelo Gabinete da Saúde em 20 escolas do I e II ciclos da província Cunene, demonstrou a existência de um surto de Schistosomíase.
O estudo baseou-se na realização de testes em 50 crianças de cada escola, demonstrando positividade em 83 por cento em alguns grupos e 58 noutros.
A Schistosomíase, também conhecida como Bilharzíase, é uma doença infecciosa crónica, causada por qualquer um dos tipos de Schistosoma, que ocorre durante exposição do corpo à extensões de água, onde habita o seu hospedeiro intermediário, o caracol.
Na fase crónica, geralmente assintomática, surge diarreia alternada com períodos de prisão de ventre, com a possibilidade de evoluir para um quadro mais grave com aumento do fígado, do baço e hemorragias provocadas por rompimento de veias do esófago.
Perante o contexto, o Gabinete provincial da Saúde no Cunene prevê realizar no decurso deste mês, uma campanha massiva de administração do praziquantel em crianças dos 5 aos 14 anos de idade em todas as escolas.
Em declarações hoje, à Angop, a coordenadora do programa de Vigilância Epidemiológica e Doenças Tropicais no Cunene, Aida Madre de Deus, disse que o estudo, baseado na urina, mostra que os municípios mais afectadaos são do Cuvelai, Cuanhama e Ombadja.
Explicou que estarão disponíveis para a campanha, que na primeira fase abrange o município Cuanhama, 45 caixas de comprimidos, devendo a cada criança ser administrada uma dose única de praziquantel (40 mg/kg), como recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
A responsável sublinhou que todas as crianças com ou sem sintomas da Schistosomíase devem apanhar a dose, para prevenção.