Luanda – Os pacientes do Hospital Municipal de Icolo e Bengo, em Luanda, manifestaram-se agastados hoje, sábado, com a falta de medicamentos na farmácia do Banco de Urgência da instituição sanitária.
Os munícipes referem que existe o hábito dos enfermeiros e médicos coagirem os pacientes para comprar medicamentos e outros artigos gastáveis em farmácias de sua conveniência.
De acordo ainda com os cidadãos, as enfermeiras do Banco de Urgência orientam geralmente os pacientes a adquirir os medicamentos nas farmácia externa pelo facto de o hospital não ter.
A munícipe Maria Basílio, que procurou sexta-feira os serviços de urgência para socorrer o filho de 16 anos, disse que para a medicação do adolescente foi orientada, pelos enfermeiros, a comprar os fármacos fora do hospital.
Segundo a mulher, todo o material gastável como luvas, seringas e outros fármacos foram comprados em uma farmácia próxima do hospital.
Já a cidadã Luila Pedro disse, igualmente, que toda a parturiente depois de dar a luz é obrigada a comprar detergente e lixívia para “doar” na sala de parto.
Contactado pela ANGOP, o director do Hospital, Daniel Gonçalves, desmentiu o facto, afirmando que a instituição possui os medicamentos essenciais.
No entanto, Daniel Gonçalves confirmou que existem enfermeiros que indicam a farmácia extra hospitalar , coagindo os pacientes a comprar os medicamentos fora do hospital.
“ O facto mais recente ocorreu não por falta de medicamentos, mas porque a enfermeira não sabia da existência dos fármacos na farmácia interna, por estar a render os colegas que fizeram noite ”, justificou.
O responsável frisou que a direcção do hospital está a trabalhar para sensibilizar os enfermeiros no sentido de evitar este mal, sustentando que existem técnicos que têm de facto o " vício de mandar comprar fármacos, mesmo quando o hospital tem".
" É verdade que há momentos que nós não temos medicamentos, mas isso acontece apenas quando há falhas ou atrasos no abastecimento" reiterou o director.