Luena – Mulheres utentes da Maternidade Provincial do Moxico denunciaram, nesta sexta-feira, um suposto mau atendimento por parte dos profissionais de saúde.
As denúncias das gestantes dão conta, igualmente, da limitação do número de utentes a atender diariamente, que baixou de 120, anteriormente, para 30 pacientes, desde há um mês.
A ANGOP constatou que tão logo chegam às consultas, as mulheres, na sua maioria gestantes, são aconselhadas pelos seguranças a aguardarem o atendimento na rua que dá acesso à Maternidade, ao contrário da sala de espera no interior da instituição.
Em declarações à ANGOP, a gestante Delfina Ezequiel, 25 anos, disse ter-se deslocado à Maternidade às 5h00 da manhã e volvidos quatros horas não tinha sido atendida, mostrando-se preocupada com o longo período de espera a que são submetidas.
Já Sara Jamba, gestante pela quinta vez, denunciou a existência da prática de “tráfico de influência” por parte dos profissionais, que priorizam pessoas próximas, em detrimento de quem chega primeiro.
Enquanto isso, a grávida Nelita Jamba, de 32 anos, denunciou a paralisação dos serviços de ecografia dessa maior unidade sanitária especializada na província.
Essa gestante, moradora do bairro Aço, questionou ainda a não realização de análises rotineiras, obrigando as pacientes a deslocarem-se a outros centros de saúde para o efeito, “muitos deles de médicos que labutam na maternidade”.
Sobre as denúncias, o director Clínico da Maternidade Provincial, Idanilson Massela, justificou a redução do número de atendimento das pacientes com “questões organizacionais”, para permitir um melhor cumprimento das medidas de biossegurança contra a Covid-19.
O responsável negou as afirmações de que o número de atendimento para consultas tenha baixado para 30, mas sim, diminuiu de 120 para 70 gestantes por dia.
Em relação as reclamações das consultas de ecografia, disse que, em função da exiguidade de profissionais que manuseiam o equipamento, estes serviços passaram a ser feitos apenas no banco de urgência, em pacientes com necessidades sanitárias especiais.
Informou que muitas áreas que a maternidade possui, como os serviços de Rai-X, neonatologia e cuidados intensivos, encontram-se inoperantes devido à carência de profissionais, possuindo apenas três especialistas, todos, genico-obstetras.
Ao todo, a Maternidade Provincial inaugurada em 2015, com capacidade de internar 140 doentes, tem sete médicos e precisa de, pelo menos, mais 28 especialistas.
