Balombo - O Hospital Municipal do Balombo (Benguela) carece de serviços de cirurgia, o que o leva a transferir pacientes para outras unidades, informou o seu director, Adilson Mendes.
Em entrevista à ANGOP, o médico disse que há urgência em ter esses serviços, porque o município do Balombo fica distante da capital provincial ou da cidade do Lobito.
"Caso houvesse, iria reduzir os custos com combustível para as viaturas, para transferir os pacientes para unidades de referência do Lobito e de Benguela", advogou.
Segundo o responsável, têm esperança de que ainda este ano o hospital possa ter um bloco operatório para acudir, sobretudo, os casos de ginecologia-obstetrícia.
O HMB conta com serviços de pediatra, clínica geral, maternidade, concretamente na área de partos, consultas pré-natal, consulta externa, estomatologia, isolamento e área de nutrição.
Segundo Adilson Mendes, mensalmente ocorrem vinte ou mais transferências de pacientes para o Hospital Regional do Lobito ou o Hospital Geral de Benguela.
Referindo-se às patologias mais frequentes, apontou a malária como sendo a principal, devido a este período chuvoso, seguindo-se as doenças diarreicas agudas, as nutricionais e respiratórias.
"Temos registado também um elevado índice de hipertensão", afirmou.
Sobre casos de tuberculose, disse que, apesar de não haver nenhum paciente internado, o hospital tem recebido muitos casos provenientes da província vizinha do Cuanza Sul.
Questionado sobre o banco de sangue, informou que se pode trabalhar com um stock minimo de dez bolsas.
"O sangue, logo que é utilizado, deve ser reposto para acudir outras emergências e nesse momento estamos numa situação difícil por falta de reservas", explicou.
Disse, no entanto, contar com acções de caridade, como é o caso da Igreja Evangélica, que ofereceu dezoito bolsas de sangue na semana passada.
Quanto ao corpo clínico, informou que o HMB tem 18 médicos, mas apenas oito, todos eles de clínica geral, encontram-se em funções na instituição. Os outros 12 estão em formação noutras especialidades, em Benguela.
Na sua opinião, para acudir a demanda, seria satisfatório se os doze, depois de formados, se juntassem aos que estão em servico no Hospital e pelo menos mais 50 técnicos de enfermagem.
A principal unidade hospitalar do Balombo precisa também com urgência de uma máquina moderna de Raio X, porque a que existe está obsoleta.
"A aquisição de um novo aparelho poderá contribuir para fazermos um prévio diagnóstico de alguma enfermidade de âmbito respiratório, traumatológico e outras, quando tivéssemos de transferir um paciente para um hospital de referência", explicou.
Em termos de fármacos, disse não haver razões de queixa porque o stock é reposto com regularidade.
Porém, uma situação preocupante é o facto do HMB ainda trabalhar com gerador, sujeito a ser desligado por horas para manutenção e para arrefecer.
"Gostariamos de ter energia da rede ou pelo menos um painel solar para trabalhar 24/24 horas", desabafou o médico.
O Hospital Municipal do Balombo tem capacidade para 132 camas e, neste momento, encontram-se internados 111 pacientes, principalmente de pediatria, segundo o director.
A instituição conta com 199 funcionários, entre pessoal técnico, administrativo e apoio hospitalar. TC/CRB