Huambo – Pelo menos 14 mil profissionais, entre médicos, enfermeiros e técnicos diagnóstico e terapêutico são necessários para o reforço da cobertura de atendimento em toda extensão da província do Huambo, actualmente, assegurada por sete mil quadros.
A informação foi tornada pública, esta sexta-feira, em conferência de imprensa, pelo director do gabinete local da Saúde, Lucas António Nhamba, que falava sobre a realização, entre 1 e 2 de Fevereiro próximo, das primeiras jornadas científicas de Medicina Geral e da Família.
Na ocasião, o responsável disse ser necessário que o aumento de novos profissionais tenha em conta a taxa de crescimento da população da província do Huambo, estimada em mais de dois milhões 700 mil habitantes.
Sublinhou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a países com o nível de desenvolvimento de Angola poderia ter um médico para cada mil habitantes, porém a província do Huambo, com uma taxa de crescimento populacional elevada, está com 0,18 médicos para mil habitantes.
Lembrou que o Sistema local de Saúde conta com 273 unidades sanitárias, entre hospitais de nível secundário (Geral, Sanatório e de Medicina Física e Reabilitação), municipais, centros materno-infantis, centros e postos de saúde, assegurados por mais de sete mil profissionais médicos, enfermeiros e técnicos de diagnósticos e terapêutico.
Lucas Nhamba considerou que, apesar do número reduzido de profissionais para o atendimento de doentes que vivem nas comunas e, até mesmo, em algumas sedes municipais, os actuais sete mil já representa um crescimento de 35 por cento de crescimento, nos últimos cinco anos, como resultado dos concursos regulares de admissão de novos técnicos em todas a categorias.
Jornadas científicas
Sobre as jornadas, que irão decorrer sob o lema “Medicina familiar e comunitária: uma abordagem do nível primário ao terciário”, afirmou que as mesmas constituem um marco importante, pois se enquadram na política do Governo angolano, levada a cabo pelo Ministério da Saúde, com foco na formação massiva de especialistas, inicialmente na área médica e muito em breve noutras carreiras profissionais.
O responsável adiantou que, dos 495 médicos, a província foi contemplada com a especialização de 235 em diferentes áreas, com maior realce para a medicina familiar, com um total de 64 profissionais.
Esclareceu que o médico da família tem a função de actual a nível primário, ou seja, que tem maior proximidade, conhece melhor os hábitos e costumes das comunidades e realiza o cadastramento da população em volta da sua área de actuação, para “muito precocemente” detectar as condutas comprometedoras para a saúde.
Acrescentou ser o médico que trabalha para a prevenção de doenças nas comunidades, numa altura em que tem se constatado que maior parte das doentes resultam dos hábitos e costumes da população, daí a necessidade da realização do evento para um debate franco, aberto e científico, focado na actuação das causas, para diminuiu o fluxo de doentes no nível de maior complexidade.
Esclareceu que o Sistema de Saúde engloba três níveis essenciais: designadamente o primário (ponto inicial de contacto), secundário (cuidados especializados e complexos) e o terciário (reservados aos casos mais intricados e com intervenções altamente especializadas).
O evento, que contará com mais de 30 abordagens em torno dos cuidados primários de saúde, tem como público-alvo especialistas em medicina familiar, estudantes dos cursos superiores e médios de Saúde, políticos, religiosos, autoridades tradicionais e líderes comunitários das províncias de Benguela, Bié, Cuanza Sul, Huambo e Uige
Com palco no auditório do Centro Integrado de Formação Tecnológica (CINFOTEC-Huambo) inaugurado, há dias, pelo Presidente da República, João Lourenço, as actividades serão marcadas com a realização de cursos de pré-jornadas, mesas redondas, aulas magistrais e palestras.
Com uma área de 35.771 quilómetros quadros, a província do Huambo, localizada no Planalto Central de Angola, conta com uma população acima dos dois milhões 700 mil habitantes, distribuídos em 11 municípios, 37 comunas e três mil 387 aldeias. ALH
