Lubango - A inexistência de rotinas de técnicos é uma das “grandes” lacunas nos hospitais de Angola, contrastando as normas de operacionalização técnica e funcional do trabalho, dentro da sequência real da sua execução, considerou hoje, quinta-feira, no Lubango, o especialista em administração hospitalar, José Cunha.
A rotina é o conjunto de factores que influenciam na percepção dos pacientes com relação aos cuidados e a interação com os profissionais ao longo de sua jornada, estimulando o maior atenção aos pacientes e familiares na assistência prestada, tornando-os coparticipativos nas decisões e tratamento em relação seu próprio cuidado.
Na rotina de enfermagem, por exemplo, o enfermeiro é responsável pelos cuidados assistenciais com pacientes médicos. Realiza exames físicos, administra medicamentos, trata ferimentos e pratica outros tipos de intervenções, além de ser responsável por tarefas administrativas dentro do ambiente hospitalar, como a checagem de materiais e de equipamentos.
O membro do Colégio de Especialidade de Administração Hospitalar fez essa apreciação, quando dissertou o tema “Modelos Organizacionais e Reformas dos Hospitais”, nas jornadas comemorativas ao Dia Nacional do Médico, a assinalar-se, sexta-feira (26), que decorrem sob o lema, “Médico Angolano Comprometido no Fortalecimento do Serviço Nacional de Saúde", uma iniciativa da Ordem afim.
Destacou que a existência e a utilização de rotinas leva à melhoria de desempenho dos profissionais, eleva o padrão assistencial e consequentemente há diminuição dos riscos, por imprudência e ou ignorância.
Segundo, José Cunha, a rotina contém três informações, nomadamente o agente executor, o procedimento a ser desenvolvido e as observações, por isso devem incidir no atendimento de doentes do serviço de radiologia, na alta hospitalar, no internamento, na medicação, nas emergências e na marcação de cirurgia.
Para o especialista, há necessidade de inovação, tanto a nível médica, como administrativa, porque a ciência médica, a administração e a gestão estão incessantemente em desenvolvimento, pelo que os hospitais devem acompanhar.
“Não basta adquirir novos e mais modernos equipamentos é necessário também promover atitudes e comportamentos cada vez mais humanizados e mecanismos de gestão cada vez mais actuais”, sugeriu.
“É importante não justificar os erros com a frase tristemente célebre, eu faço assim porque o meu antecessor já fazia assim, mas optar pela, eu faço assim porque da análise que eu fiz a este processo cheguei a conclusão que esta é a melhor maneira de se fazer isto”. Concluiu. BP/MS