Josina Machel atende cinco mil pacientes no serviço de audiologia

     Saúde           
  • Luanda     Domingo, 03 Março De 2024    16h51  
Fachada do edifício do do Hospital Josina Machel
Fachada do edifício do do Hospital Josina Machel
Divulgação

Luanda - Cinco mil pacientes com problemas de audição são atendidos anualmente no serviço de audiologia e protetização do hospital Josina Machel, informou este domingo, em Luanda, o responsável da área, Lisianne Goumonal.

Falando à Angop em alusão ao dia mundial da audição, assinalado hoje, o responsável referiu que o programa existe desde 2015 e que o número acima equivale ao atendimento diário de 20 a 30 pacientes em consultas.

Segundo a audiologista, neste total de pacientes, a base da pirâmide incide nos adultos.

Para si, este é um forte sinal de que os adultos, ao aparecerem em consultas com problemas de audição, já os carregam desde a infância.

"Como não há cultura de frequentarem os hospitais de forma rotineira, os pacientes apenas aparecem na fase adulta", disse a medica, para quem há necessidade de um controlo e acompanhamento contínuo.

De acordo com a médica, nestes casos,  quase nada se pode fazer em termos de correcção natural, devendo o paciente recorrer ao uso de aparelhos auditivos.

"Mas se as crianças aparecerem em consultas externas, vamos conseguir diagnosticar desde tenra idade e tratar adequadamente, evitando assim que carreguem a doença até à fase adulta”, acentuou a audiologista.

Proferiu  que o número de pacientes atendidos por dia nos serviços de Audiologia não reflecte a realidade do país, se for levado em conta a densidade populacional de Angola e o excesso de barulho a que a maioria da população é submetida diariamente.

A especialista explica que o serviço de Audiologia do Josina Machel é o único a nível do sector público do país. Apesar disso, a especialidade é pouco conhecida devido à falta de informação, tanto da população como de muitos profissionais de Saúde.

 

Teste da orelhinha

 

A médica audiologista frisou que, para se celebrar a data, o serviço de Audiologia clínica e Protetização do Hospital Josina Machel está a realizar, desde o dia 1 do corrente mês, uma campanha massiva de teste de "orelhinha” a todas as crianças recém-nascidas, para se descartar e tratar qualquer problema relacionado com a perda auditiva.

"Queremos trabalhar com as maternidades, pediatras, ginecologistas-obstetras, para que, desde as consultas pré-natais, informem às mães que existe um protocolo internacional, que tal como o teste do pezinho, também se deva realizar o teste da orelhinha para descartar qualquer doença auditiva.

Lisianne  Goumonal disse que o teste é feito aos recém-nascidos, não dói, não sangra e, em menos de cinco minutos, se obtém o resultado. 

Explicou que no teste, coloca-se um microfone dentro da orelha da criança e este, por sua vez, emite um som que passa pela orelha média, orelha interna e vai retornar para o microfone.

Caso haja alguma alteração da cadeia de som, o microfone detecta e a criança será submetida a vários testes auditivos e ao tratamento que se impõe.

Segundo a OMS, até aos seis meses de idade, todas as crianças devem estar diagnosticadas e protetizadas no que toca à audição.

Causa da perda de audição

A perda da audição pode ser genética (nascer com ela devido a uma má formação) ou adquirida por conta de doença, mau cuidado da orelha, medicação ou exposição aos ruídos e uso excessivo de auriculares, que entram em contacto directo com a orelha média.

Sobre as doenças, a médica disse que infecções de ouvidos maltratados causam perda de audição. 

Em relação à medicação, a audiologista informa que existem mais de 200 medicações que causam problemas de audição, exemplificando o caso do quinino e furosemida.

Prevenção

A especialista em Audiologia alerta que ouvir som muito alto e usar fones de ouvido frequentemente e com volume alto podem causar perda auditiva. 

A exposição a sons muito fortes, salientou, pode destruir as células ciliadas, localizadas na cóclea (orelha interna).

Essas pequenas lesões no ouvido, esclareceu, podem causar uma perda gradual de audição que passa despercebida, mas que pode levar à surdez permanente.

Por isso, alertou, para prevenir deve-se evitar ouvir som muito alto, reduzir a frequência do uso de fones de ouvido e não introduzir objectos pontiagudos na orelha.

Para evitar lesões, recomendou o uso de protectores de ouvido quando estiver exposto a sons muito altos, como em shows.

Mais de 800 milhões de pessoas no mundo sofrem de problemas auditivos

Cerca de 800 milhões de pessoas no mundo sofrem de alguma perda auditiva e, entre os 20 e 40 anos de idade, a surdez pode atingir 15 por cento dessa faixa etária. Estes dados constam do primeiro relatório global sobre audição, lançado em 2021, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo, ainda, com o relatório, até 2050, quase 2,5 bilhões de pessoas no mundo ou uma em cada quatro pessoas vão viver com um grau de perda auditiva. 

Sendo que, 700 milhões dessas pessoas vão precisar de cuidados auditivos e serviços de reabilitação.

O dia mundial da audição foi instituído pela OMS, com o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância da audição e promover acções para a prevenção de perda auditiva e melhoria dos cuidados auditivos

Mais de 800 milhões de pessoas no mundo sofrem de problemas auditivos

Cerca de 800 milhões de pessoas no mundo sofrem de alguma perda auditiva e, entre os 20 e 40 anos de idade, a surdez pode atingir 15 por cento dessa faixa etária.

Estes dados constam do primeiro relatório global sobre audição, lançado em 2021, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo, ainda, com o relatório, até 2050, quase 2,5 bilhões de pessoas no mundo ou uma em cada quatro pessoas vão viver com um grau de perda auditiva. 

Sendo que, 700 milhões dessas pessoas vão precisar de cuidados auditivos e serviços de reabilitação.

O dia mundial da audição foi instituído pela Organização Mundial da Saúde, com o objectivo de sensibilizar a população sobre a importância da audição e promover acções para a prevenção da perda auditiva e melhoria dos cuidados auditivos. EVC/OHA



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