Luanda- O Sindicato dos Enfermeiros de Angola (SINDEA) suspendeu, esta quarta-feira, a greve geral decretada na passada segunda-feira, como forma de levar o Governo a responder às suas reivindicações.
A suspensão da greve resulta do entendimento obtido nas conversações com o Ministério da Saúde (MINSA), cuja equipa negocial foi chefiada pela ministra Sílvia Lutucuta.
Das negociações, o MINSA comprometeu-se em resolver 90 por cento das reivindicações apresentadas pelo SINDEA.
No caderno reivindicativo apresentado em 2021, ao MINSA, a classe exige, entre outros, aumento salarial e melhorias de condições laborais, o pagamento de um subsídio pela Covid-19, bem como a conclusão do processo de transição suspenso desde 2019.
Segundo a ministra Sílvia Lutucuta, houve um alinhamento dos pontos reivindicados por parte do sindicato dos enfermeiros.
Sílvia Lutucuta adiantou que existia um ponto fracturante que tinha a ver com os subsídios da Covid-19, tendo-se transmitido ao sindicato a existência de instrumentos legais que dão respaldo a esta prática, sobretudo para os profissionais que estiveram na linha da frente na luta contra a pandemia.
A ministra salientou que o subsídio não será generalizado, mas apenas será beneficiado os profissionais que tiveram uma intervenção directa no combate à Covid-19.
“Os enfermeiros são a espinha dorsal do Serviço Nacional de Saúde, por isso merecem a sua valorização e todos devem levar como bandeira profissional de saúde que é feita por equipas”, concluiu.
Durante a reunião foram apresentados alguns ganhos do sector, com maior incidência no que toca aos recursos humanos.
Em relação aos subsídios de enfermagem, adiantou que foi clarificado e que será de 15 por cento.
Informou que já foram pagos subsídios a cerca de 85 por cento a nível nacional, perfazendo um total de 30 mil profissionais.
Com relação a actualização de categorias, disse que está a ser feito com o apoio do Ministério das Finanças.
Nos últimos cinco anos, o sector teve um incremento de 33 mil novos profissionais da saúde, dos quais mais de 20 mil são enfermeiros admitidos nos dois concursos.
Por seu turno, o secretário-geral do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda, António Afonso Kileba, destacou o acordo para a abertura de um concurso público interno, o pagamento de retroactivos e a promoção de categorias.
Adiantou que no prazo de 10 a 15 dias será feito a entrega de uma lista de todos os funcionários envolvidos no processo.
Fez saber que será feito um trabalho de base com a colaboração do IGAE, MINSA e o Sindicato para um levantamento geral.
"Valeu a pena a nossa insistência. Nós vínhamos reivindicando entre 80% a 90% e foram aceites. A comissão criada começa já a trabalhar a partir de sexta-feira e estará presente o Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, que vai analisar as propostas", referiu.
Os profissionais de enfermagem reivindicam ainda o pagamento de retroativos referentes à carreira de enfermagem, a promoção profissional com mais de cinco anos de serviço e a realização de concursos públicos internos.