Luanda- Duas mil 435 pessoas morreram de malária, em 2020, na província de Luanda, mais mil e 586 mortes em comparação ao ano de 2019, em que foram registados 849 falecimentos causados pela doença.
Segundo dados do Programa de Controlo da Malária (PCM) do Gabinete Provincial de Saúde de Luanda, a província registou, em 2020, 835 mil e 202 casos de malária, mais 144 mil 459 casos em relação ao ano de 2019 em que foram notificados 690 mil 743 casos de paludismo.
Devido a pandemia da Covid -19, o PCM interrompeu as suas actividades nas comunidades (palestras, distribuição de mosquiteiros) e visitas de supervisão aos centros médicos.
No entanto, segundo os dados do PCM, com à Covid-19 muitas pessoas deixaram de procurar os centros médicos e o número de mortes subiu.
Segundo o Ministério da Saúde, não houve negligência em relação a prevenção e combate à malária nem as outras doenças, privilegiando a covid-19.
A supervisora do PCM, Cristina Martins Vunda, em declarações à ANGOP, precisou que novos planos estão em curso para o retorno das acções, de forma faseada, nos próximos meses.
Cristina Martins Vunda disse que em 2020 foram distribuídos seis mil e 850 mosqueteiros, gratuitamente.
No mesmo ano, na consulta pré-natal, as unidades sanitárias atenderam 475 mil e 670 mulheres grávidas, e 272 mil e 466 fizeram o Tratamento Intermitente Preventivo (TIP).
O TIP é o atendimento a que o paciente é submetido na unidade hospitalar na presença de uma equipa especializada.
Cristina Vunda adiantou que as unidades sanitárias municipais, comunais e distritais têm a responsabilidade de fazer a distribuição dos mosquiteiros nas consultas pré-natais e na puericultura.
Entretanto, as autoridades sanitárias do município de Talatona afirmam que em 2020 não houve a distribuição de mosquiteiros devido a ruptura no stock, contrariamente ao ano de 2019, onde cinco mil e 10 populares beneficiaram do produto.
O Talatona registou em 2020, 88 mil 323 casos de malária, tendo constatado uma redução de cinco mil e 48 casos em relação o ano de 2019.
Em declarações à ANGOP o diretor municipal de saúde de Talatona, Marcelino Silva, informou que tal redução deveu-se a realização de campanhas de sensibilização nas comunidades sobre a prevenção da doença, melhoria das condições de higiene do meio, destruição e tratamentos de lagos ou charcos reprodutores de mosquitos.
Disse ainda que no âmbito das estratégias para a redução da malária no município, foram efectuados programas de pulverização extradomiciliares, identificadas zonas de criação de lavra para as devidas intervenções e abastecidas as unidades sanitárias com material de testagem e medicamentos para a prevenção e o tratamento da doença.
Em Viana, a supervisora do programa e controlo da enfermidade , Cecília Gaspar, disse que município de Viana registou, em 2019, 277 mil 663 casos de malária, enquanto que em 2020 foram 249 mil 650, menos 28 mil e nove casos de paludismo.
A responsável alegou que a direcção continua a realizar as campanhas para sensibilizar sobre a necessidade do uso do mosquiteiro, repelentes, colocação de redes nas janelas como sendo a melhor forma do combate à malária.
Cecília Gaspar disse que em 2019 foram entregues 32 mil 993 mosquiteiros, já em 2020 foram apenas 529 em função da ruptura de stok que enfrentam no momento.
Fez saber que o município de Viana conta com uma equipa de brigadistas que efectua o trabalho de fumigação nos bairros por meio de motorizadas.
A Malária ou paludismo é uma doença infecciosa transmitida por um mosquito, cujos sintomas mais comuns são a febre, fadiga, vómitos e dores de cabeça. Nos casos mais graves causa convulsões, coma ou morte.