Malanje- Duzentas e 69 plantas com efeitos medicinais foram catalogadas de 2018 a 2020, em Malanje, mediante um estudo conduzido por terapeutas tradicionais, médicos cubanos e estudantes da Faculdade de Medicina de Malanje.
A informação foi prestada à ANGOP pelo coordenador provincial dos Terapeutas Tradicionais, Ibrahim Lupe, a propósito do Dia da Medicina Tradicional Africana, a assinalar-se a 31 deste mês, referindo que o estudo resulta de uma parceria entre a Faculdade de Medicina de Malanje e os terapeutas tradicionais da região.
Destacou que as plantas catalogadas estão aprovadas para o tratamento de várias doenças, como diabetes mellitus, acidente vascular cerebral (AVC), febre tifóide, paludismo, otite, infertilidade e impotência sexual, pelo que vão mobilizar apoios para a sua industrialização e posterior lançamento no mercado nacional.
Segundo o responsável, com o desenvolvimento do estudo e descoberta das plantas, pretende-se também tratar algumas patologias que não encontram resposta na medicina convencional.
Disse ser haver cada vez mais procura por tratamento baseado na medicina tradicional, “rompendo” com o mito que associava esse tratamento alternativo à adivinhos, vulgo “kimbandeiros”.
A província conta com 850 terapeutas tradicionais, 60 farmacêuticos tradicionais e 20 postos de tratamento de medicina tradicional legalizados, tendo apontado a infertilidade, malária, febre tifóide, reumatismo, impotência sexual como as doenças mais curadas pelos terapeutas tradicionais.
Em relação aos projectos da classe, disse estar na forja o lançamento de uma Escola Técnica de Medicina Tradicional, com vista a formar mais técnicos na área.
No âmbito do Dia da Medicina Tradicional Africana, está agendada para terça-feira (31), em Malanje, uma exposição de plantas medicinais e uma palestra sobre a medicina tradicional.
A data visa promover o papel da biodiversidade de plantas e ervas medicinais, na melhoria do bem-estar no continente.