Luanda – A médica angolana Francisca Silva chamou, esta segunda-feira, em Luanda, atenção à sociedade para as consequências da obesidade infantil, tendo em conta a possibilidade de doenças como a hipertensão arterial, colesterol alto e diabetes, na fase adulta.
Em declarações à Angop, a propósito do Dia Mundial da Obesidade, assinalado hoje, a endocrinologista afirmou que as crianças obesas apresentam maior risco de desenvolverem estas doenças.
Frisou que, num contexto geral, a obesidade provoca também patologias como doenças cardiovasculares, cancro, diabetes do tipo II, dislipidemias, hipertensão arterial, arteriosclerose, insuficiência cardíaca congestiva, angina do peito, complicações no sistema respiratório, infertilidade e incontinência.
Segundo a especialista, o excesso de peso é um dos factores de risco para doenças que acometem muitos angolanos, baixa auto-estima e pode causar dificuldades para respirar durante o sono, dor nos joelhos, cansaço fácil, entre outros.
Sem avançar dados estatísticos, Francisca Silva alega que o número de casos atendidos é expressivo.
Disse que muitas mães se manifestam preocupadas com o peso dos filhos e, por isso, recorrem à ajuda de preparadores físicos.
Histórias de mães com filhos obesos
Nádia Ferraz é mãe de um adolescente com obesidade. Os primeiros sinais surgiram ainda na infância, com o aumento rápido e excessivo de peso.
Preocupada com a situação, a mesma começou uma luta bastante difícil contra a obesidade do filho.
Agora, com 15 anos, o filho pesa 120 kilos, menos dez kilos.
Além de incentivar o filho a praticar desportos desde cedo, Nádia Ferraz diz que passou a investir muito mais na alimentação saudável.
Marília Gomes é mãe de uma menina de cinco anos e confessa que nem sempre é fácil manter a filha distante dos doces, principalmente fora de casa.
Nutricionista apela para cuidados
A nutricionista angolana Joasineth Pascoal defende uma alimentação equilibrada para combater a obesidade.
Defende ainda o envolvimento da família na luta contra a obesidade infantil, de modo a proporcionar melhor qualidade de vida da criança.
Conforme a nutricionista, para se prevenir a obesidade infantil, é necessário adoptar hábitos alimentares saudáveis e estimular as crianças a prática da actividade física.
Exercícios físicos
Rosa Moisés, proprietária do Gimy Kids, ginásio vocacionado para crianças, explicou que os exercícios físicos são complementados com noções básicas de alimentação saudável.
Sublinhou que a perda de peso na criança é um processo longo, que requer paciência e obedece a determinados critérios.
A empresária lamenta o facto de muitas vezes os pais exigirem resultados rápidos.
Durante os 6 anos de existência do ginásio, aberto em 2018, a empresária acompanhou o percurso de várias crianças na luta contra a obesidade, mas lembra em especial de um menino que, aos 11 anos, pesava 90 kilos.
Movida pela solidariedade, ofereceu aulas gratuitas a criança, numa altura em que os pais não tinham condições para pagar as mensalidades do ginásio.
A obesidade é acumulação de gordura no organismo, causada pelo sedentarismo e consumo exagerado de alimentos ricos em gordura e açúcar.
Além de ser classificada de acordo ao peso, a obesidade também varia segundo a localização e distribuição da gordura pelo corpo, existindo, assim, três tipos, concretamente obesidade abdominal, periférica e homogénea. EVC/OHA