Luanda – Milhares de cidadãos angolanos ainda negligenciam as doenças bucais, facto que faz disparar o número de pacientes nos consultórios médicos, lamentou, esta quarta-feira, a especialista em estomatologia Djamila Oliveira.
Os dados revelam que pelo menos 95 por cento da população angolana sofre de algum tipo de cárie dentária, doença causada por ácidos produzidos pelas bactérias presentes na boca, que pode ser evitada com a limpeza dos dentes pelo menos duas vezes ao dia.
Em declarações à ANGOP, a propósito do Dia Mundial da Saúde Oral, que hoje se assinala, informou que as doenças mais comuns que afectam os angolanos são as cáries, gengivite, periodontite, abcessos, aftas, herpes labial e candidíase oral.
Alertou que a má higiene bucal é um dos factores que contribui para o aumento do risco de desenvolver doenças cancerígenas devido às recorrentes infecções.
Disse que o câncer oral refere-se ao que começa na boca, incluindo os lábios, língua, gengivas, bochechas e a garganta.
As doenças bucais, acrescentou, a médica, afectam ainda a ingestão de alimentos, o sono, fala, comunicação, a interacção social e a auto-estima de um indivíduo, acarretando dificuldades nas suas actividades diárias e prejuízos na qualidade de vida.
Djamila Oliveira explicou que a falta de higiene bucal leva, inicialmente, ao acúmulo de biofilme bacteriano ao redor da superfície dentária e, ao longo do tempo, a placa bacteriana provoca as chamadas doenças periodontais, levando à inflamação da gengiva e dos tecidos de suporte dos dentes.
Fez saber que a cavidade oral pode permitir a entrada de bactérias, vírus e fungos e outros vectores de doença, sendo, portanto, um ponto de partida da imunidade e do sistema de defesa do organismo.
A especialista lembrou que a boca desempenha importantes funções que se repercutem na saúde do organismo como um todo, além de exercer papel fundamental na fala, mastigação e na respiração. No entanto, é a maior cavidade do corpo a ter contacto directo com o meio ambiente, sendo, por isso, a porta de entrada para bactérias e outros microrganismos prejudiciais à saúde, disse.
Djamila Oliveira sublinhou que as doenças bucais afectam cerca de 3,5 mil milhões de pessoas e costumam estar associadas a outros problemas graves de saúde.
Para combater este mal, disse que é essencial o envolvimento individual, familiar e comunitário.
Explicou que para a prevenção de doenças deste fórum, deve-se efectuar visitas regulares ao dentista, pelo menos duas vezes por ano, e a prática da boa escovação com pasta de dentes com flúor, para remover as bactérias e usar o fio dental após as principais refeições
Segundo a dentista, as doenças orais constituem um problema de saúde pública pelo seu elevado custo económico, incidência de afectação das populações e pelas consequências patológicas que podem originar.
A data instituída em 2007, pela World Dental Federation (FDI) sob o lema “ boca feliz corpo feliz “ pretende assegurar os hábitos saudáveis e duradouros na infância. EVC/ART