Luanda – Os avanços registados na genética humana em Angola, no século XXI, criaram condições para previsão, com maior exactidão, do risco de doenças e adaptar tratamentos com base em factores genéticos e não genéticos destacou a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança.
A ministra falava hoje (quinta-feira), na abertura do II Simpósio Internacional sobre "Genética Humana", que decorre no Complexo Hospitalar de Doenças Cárdio Pulmonares Cardial Dom Alexandre do Nascimento, em Luanda.
Para a governante, a genética ainda pode providenciar terapêuticas efectivas, eliminar determinadas doenças e prolongar a vida.
Destacou a importância da necessidade da academia genética ocupar um papel fundamental no desenvolvimento da investigação científica e o uso das tecnologias , sendo a cooperação, no âmbito da adesão de Angola ao centro internacional de engenharia genética e biocardiologia, uma oportunidade que tem de ser maximizada entre os investigadores científicos.
A genética, prosseguiu, se aplica a um determinado propósito não clínico, como solucionar crimes, determinar a paternidade e a ancestralidade, por ser a especialidade que impacta na melhoria da saúde do indivíduo, saúde pública e contribuir para desenvolvimento sustentável e económico dos países.
Por sua vez, o Decano da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto (UAN), Santos Morais Nicolau, reconhece que a descoberta da genética aumentou o nível de exigências para se explicar determinados fenómenos que se assiste nas comunidades, tais como problemas bioquímicos de constituição genética, problemas físicos e patológicos.
O também palestrante do evento evocou igualmente o facto de a genética ter trazido uma “janela aberta” nas áreas da criminalística, nutrição e em várias outros sectores do saber.
A partir da farmacologia, por exemplo, frisou, se encontra variantes endémicas nos pacientes, o que contribui para um melhor aconselhamento no Sistema Nacional de Saúde.
Sublinhou que em determinadas regiões de Angola não convém enviar determinados medicamentos, porque a população, em áreas diferentes, apresenta uma variante endémica que pode acarretar a ineficácia terapeutica.
Os estudantes de Medicina, da Universidade Agostinho Neto, Reis Kissongo e Fernanda Domingos, consideram pertinentes os temas em abordagem no encontro, devido as várias doenças recorrentes no país.
Admitiram que o Simpósio vai permitir ajudar e conhecer um pouco sobre as vantagens e o padrão em relação ao conhecimento de doenças hereditárias em Angola, se prepararem em relação a informação e evoluir para a melhoria da saúde.
Sob lema "O Futuro da Genética em Angola ", o encontro debate em sete painéis, durante dois dias, temas como Ensino e Aplicação da Genética na Redução da Morbimortalidade, Genética e genómica no diagnóstico de doenças hereditárias, impacto na Saúde Primária.
Constam ainda dos temas em discussão, a inovação e testes genéticos, desafios e perspectivas, responsabilidade social como pilar da extensão universitária, entre outros.
Tem como objectivo congregar oradores nacionais e internacionais (por vídeo-conferência), para fortalecer parcerias, partilhar ideias, debater estratégias, congregar conhecimentos e promover o desenvolvimento de projectos que podem ligar os problemas do presente às soluções do futuro da genética e gnómica em Angola.
Participam do evento, além de Angola, nove outros países entre eles , Moçambique, Etiópia, África do Sul, Portugal, Brasil, Índia, Estados Unidos, Suécia e Itália.