Luanda - O Ministério da Saúde (MINSA), nos últimos cinco anos, recrutou um grande número de psicólogos e psiquiatras para dar respostas as prementes preocupações em saúde mental da população, defendeu, esta terça-feira, o secretário de Estado para Saúde Pública, Carlos Pinto de Sousa.
Sem apontar números exactos, o responsável disse para o efeito iniciou-se, em 2021, o internato de especialidade médicas em psiquiatria como um reforço ao número de especialistas na área.
Por outro lado, o secretário de Estado, que falava no lançamento do manual orientador de Psicologia Clínica e da Saúde, afirmou a necessidade de se controlar os transtornos mentais, pois afectaram, entre 2019 a 2020, quase um bilião de pessoas em todo o mundo, sendo 14 por cento dos casos em adolescentes.
Para Carlos Pinto de Sousa, sem falar de números concretos em Angola, disse que a mesma doença levou o suicídio de uma em cada 100 mortes, neste período, e 58 por cento ocorreram com pessoas com menos de 50 anos de idade.
Adiantou ainda que os transtornos mentais são das principais causa de incapacidade e pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral.
Frisou que as desigualdades sociais e económicas, emergências de saúde pública, guerra e crise climática estão entre as ameaças estruturais globais à saúde mental, bem como as doenças físicas evitáveis, sendo que o abuso sexual infantil e por intimidação também fazem parte.
“A depressão e a ansiedade aumentaram mais de 25 por cento, apenas no primeiro ano da pandemia, e essas doenças mentais também afectam o desenvolvimento de um país, já que são uma das maiores causas mundiais de incapacitação e muitas vezes manifestadas por doenças psicossomáticas, agravadas pelo aumento de mortes por suicídio”, disse.
Unicef
Por outro lado, o representante do Fundo das Nações Unidas Infância (Unicef) em Angola, Yvan Yerovi, reiterou a necessidade de se promover cada vez mais programas que promovam a prevenção das doenças mentais e estilos de vida saudáveis.
Referiu que nestes programas devem estar incluídos aspectos ligados a prática de exercícios físicos, boa nutrição, protecção contra todas as práticas nocivas, fortalecimento e habilidades de comunicação, bem como resolução de conflitos.
Investir na saúde mental, defendeu, traz benefícios de longo prazo para as pessoas, permitindo que os jovens levem uma vida feliz, saudável e gratificante.
Por isso, adiantou, todos os esforços que visam a sua disseminação reveste-se de uma elevada importância, pois pode contribuir de forma significativa para o acesso universal aos serviços de saúde mental de forma padronizada, eficiente para uma qualidade em particular para os adolescentes e jovens.
Reiterou a disponibilidade do Unicef em apoiar no fortalecimento dos sistema de saúde para uma integração dos serviços de saúde mental nos cuidados de saúde primários, incluindo a participação comunitária na prevenção, rastreio e referência dos problemas de saúde mental.
Conforme o responsável as estimativas da Unicef indicam que as condições de saúde mental constituem uma grande carga de doenças para os adolescentes em todo mundo .
Fez saber que em 2019 estimou-se que um em cada sete adolescente apresentava transtorno mental, com ansiedade, depressão e abuso de substâncias proíbidas. EVC/VIC