Lubango - Mulheres ligadas a projectos da ADRA na Huíla defenderam, nesta terça-feira, no Lubango, a criação de plataformas de diálogo permanente para abordagem do impacto da Covid-19 no género e possíveis soluções, para minimizar os efeitos negativos da pandemia.
A preocupação foi manifestada durante o IX Encontro da Mulheres, promovido pela Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), que decorre até quarta-feira (09), no Lubango.
As participantes apontam o aumento da violência, a exposição de profissionais de saúde à pandemia e a relação economia e o trabalho como são alguns dos resultados mais negativos da Covid-19 sobre o grupo.
Para a agente de primeira classe da Polícia Nacional, Nara Martinho, deve-se dar maior oportunidade para que as mulheres apresentem as suas soluções para os problemas relacionados com à pandemia, empoderando-as mais, deixando-as mostrar à sociedade o que pensam sobre a pandemia.
“Devem também criar encontros nas comunidades de forma frequente para a discussão de questões relacionadas com à pandemia e levar em consideração a vulnerablidade da mulher, principalmente na questão da violência doméstica, com a criação de programas”, avançou.
A professora Marcelina Cortez declarou que a mulher “zungueira” sofre bastante com o impacto da Covid-19, pelo facto de o processo de comercialização nas ruas constituir um risco, pois muitas fazem-se acompanhar de seus filhos menores.
Para a representante da Associação de Apoio a Jovem Mulher da Huíla, Alice Silvestre, à pandemia impacta em todas as mulheres, com destaque para a vendedeira ambulante.
Já a coordenadora municipal da ADRA em Caluquembe, Elisa Lucamba, defenedeu a continuidade da diversificação do mercado e maior aposta da produção nacional, a fim de se evitar a escassez de produtos e subida dos preços, pois a mulher, chefe de família, vive a aflição de levar a comida em casa todos os dias.
Nas alternativas adoptadas pelas mulheres do meio rural, para contrapor os impactos da Covid-19, avançou que têm promovido e incentivado o fabrico do sabão caseiro, para a lavagem constante das mãos, fabrico de máscaras artesanais, palestras para mostrar como se prevenir da doença no quotidiano.
Participam do encontro, com duração de dois dias, 35 mulheres das comunidades apoiadas pelo ADRA, de instituições públicas e privadas, sociedade civil, igrejas e pessoas singulares.
A situação epidemiológica e social da Covid-19 sobre as mulheres, políticas ou programas de promoção e salvaguarda dos direitos das mulheres em curso no país, situação epidemilogica da provincia e plano multissectorial de combate à Covid-19, bem como alternativas encontradas nesta época de pandemia, são as temáticas de abordagem durante o encontro.