Novas infra-estruturas tornam sistema de saúde mais robusto

     Saúde           
  • Luanda     Segunda, 08 Abril De 2024    12h21  
Hospital Militar Principal, Instituto Superior
Hospital Militar Principal, Instituto Superior
Joaquina Bento-ANGOP

Luanda – A inauguração e reinauguração de unidades hospitalares, nos últimos sete anos, conjugada com a admissão de novos profissionais têm reforçado a capacidade de atendimento do Sistema Nacional de Saúde (SNS).

O SNS tem 13 hospitais centrais e de especialidade, seis institutos e 23 hospitais gerais e provinciais, 172 hospitais municipais, 800 centros de saúde e 2.311 postos de saúde, perfazendo 3.325 unidades sanitárias.

Com isso, o país conta com mais de 38 mil camas hospitalares, ao contrário das 13.406 que existiam até 2017, perfazendo assim um aumento de 25 mil camas.

Em 2017, apenas três províncias tinham serviços especializados de hemodiálise. Em 2022, este número aumentou para 10 províncias, e hoje o país conta com 28 centros, que atendem mais de 300 mil utentes por semana.

Conforme dados do Executivo, entre 2017 e 2022, a esperança média de vida dos angolanos aumentou quatro anos, ou seja, passou de 58 para 62 anos.

Seguindo esta linha, o sector da Saúde representa o motor para o desenvolvimento de qualquer país e Angola não foge a regra.

Apesar de existirem ainda vários desafios, sobretudo nos cuidados primários de saúde e no atendimento humanizado aos utentes, nos últimos sete anos verifica-se mais investimentos no sector, desde a construção de infra-estruturas modernas, admissão de mais técnicos de Saúde e a formação especializada de profissionais em diferentes áreas.

 Nesta senda, foram construídas, ampliadas e reabilitadas e equipadas, com meios modernos, 163 novas unidades sanitárias, das quais 155 servem o nível primário de saúde.

Não obstante os esforços empreendidos até ao momento, parece ainda insuficiente o número de unidades sanitárias para atender às necessidades dos cerca de 35 milhões de habitantes.

Por esta razão, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, afirmou que o país precisa de mais de 1.800 unidades sanitárias para que haja uma melhor prestação de serviços à população.

Das 1.800 unidades que o país necessita, segundo a ministra, 90 por cento está relacionada com os cuidados primários de saúde. Só na província de Luanda, disse, o sector precisa de 660 unidades sanitárias, das quais três da dimensão dos hospitais municipais de Cacuaco e Viana, já em fase conclusiva.

Indicadores satisfatórios

Sílvia Lutucuta garantiu que com a melhoria nos cuidados primários de saúde, o sector regista indicadores satisfatórios no combate às principais causas da mortalidade, com destaque para a malária, aumento da capacidade de diagnóstico da doença e a redução da mortalidade.

Para a governante, os indicadores estão também a melhorar em relação à tuberculose e HIV-SIDA, sobretudo na transmissão do HIV de mãe para filho.

A atenção que é dada ao nível primário de assistência, permitiu a redução da mortalidade de crianças menores de cinco anos de 167 para 75 por mil nascidos vivos.

Com isso, afirmou, foi possível reduzir os custos de aquisição de medicamentos na ordem dos 65 por cento e está-se a trabalhar para garantir fármacos para as grandes endemias, como a malária, tuberculose, HIV/SIDA, doenças respiratórias agudas, particularmente em crianças”.

Mais de 41 mil profissionais admitidos

No que toca aos recursos humanos, a ministra da Saúde explicou que, desde 2017/2018, ingressaram para o serviço público de saúde 41.093 novos profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, técnicos de apoio hospitalar e técnicos do regime geral.

A admissão destes profissionais, disse, perfaz um aumento na ordem dos 40 por cento da força de trabalho do sector da Saúde. A par disso, acrescentou, foram também promovidos 5.346 funcionários do sector.

A ministra realçou, igualmente, a necessidade de os recursos humanos do sector e as infra-estruturas acompanharem a densidade populacional do país.

Humanização

 A falta de humanização é vista, hoje, de forma inquestionável, como uma das maiores fraquezas do Serviço Nacional de Saúde pública, o que deve merecer, da parte do Estado, em particular, e dos profissionais do sector, em geral, uma atenção especial.

Se por um lado houve um aumento qualitativo e quantitativo de infra-estruturas de Saúde, por outro, regista-se, com frequência, reclamações em relação ao atendimento dos pacientes e as constantes situações de negligência médica, muitas das quais resultam em mortes.

A humanização assenta nos relacionamentos interpessoais de qualidade, baseados, sobretudo, na ética. Isto parte de um olhar diferenciado em direcção ao paciente, enxergando-o como um ser humano que necessita de acolhimento.

Apesar do domínio desses conceitos, ainda é comum assistir-se, nos hospitais, à grande morosidade na abertura de processos do paciente e prestação de primeiros socorros.

Segundo a ministra da Saúde, a humanização do atendimento nos hospitais públicos consta das políticas do Executivo, visando a redução das mortes prematuras e de doenças evitáveis, melhorar o índice de desenvolvimento humano, aumentar a produtividade, o crescimento económico e o bem-estar da população.

Sílvia Lutucuta garante haver, por parte do Executivo, um grande comprometimento com a formação do homem, para se prestar um serviço mais humanizado.

Contudo, a ministra sublinha que a humanização no sector da Saúde depende muito dos recursos humanos que se tem, das condições para a prestação assistencial e de vários outros factores, os chamados "determinantes sociais de saúde”.

"Temos uma população que está a crescer três por cento ao ano. E, portanto, temos que alinhar as infra-estruturas e os recursos humanos a esse crescimento populacional. Além disso, temos o impacto negativo dos determinantes sociais e determinantes ambientais que, quando estão em desequilíbrio, podem ocorrer situações menos boas”, frisou.

Segundo a ministra da Saúde, apostar na formação dos profissionais de Saúde e dos próprios utentes é importante para garantir a eficácia dos processos de triagem e atendimento.

Para a ministra, a questão da humanização e todas as demais actividades estão alinhadas ao Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027, aos da Organização Mundial da Saúde (OMS) 2030 e às metas 2063 da União Africana (UA).

Desafios  

A ministra garantiu que a literacia em saúde e a formação de quadros são as grandes prioridades do Ministério da Saúde, além das infra-estruturas e a melhoria da logística de medicamentos, assim como as tecnologias de informação, associadas à recolha de dados, à comunicação e à melhoria de assistência aos pacientes.

Sílvia Lutucuta salientou que o número de camas é um factor crucial para se evitar situações de superlotação e garantir que os pacientes recebam um tratamento digno e personalizado. "Não há humanização se tivermos os nossos parentes a serem atendidos, por exemplo, no chão de uma unidade hospitalar,” referiu.

A responsável do sector da Saúde falou, igualmente, da necessidade de optimização dos processos internos das unidades hospitalares. Aclarou que a gestão eficiente dos recursos disponíveis vai garantir que sejam utilizados de forma racional, permitindo, assim, um atendimento de qualidade a todos os pacientes.

Redução de custos na aquisição de medicamentos

A ministra da Saúde informou que, com o novo procedimento implementado pelo Ministério das Finanças, o sector regista uma redução de custos na aquisição de medicamentos.

Sílvia Lutucuta explicou que o Ministério da Saúde faz compras agrupadas. Os interessados fazem concurso público na plataforma electrónica do Ministério das Finanças, sendo o grande ganho a redução de custos, que baixou na ordem dos 65 por cento, comparativamente ao que se pagava na primeira modalidade de concurso.

Outro assunto que mereceu atenção da titular da pasta da Saúde é a área de medicina natural, que pretende trabalhar em estreita colaboração com a convencional. Por este motivo, Angola quer contar com a experiência de alguns países africanos e asiáticos com avanços nesta área.

De acordo com a ministra, na última viagem feita pelo Presidente da República à China, teve a oportunidade de abordar o assunto, que vai culminar com a assinatura de um memorando que vai permitir aos dois países trabalharem em conjunto neste domínio.

 Novos centros de hemodiálise

As províncias do Cunene, Cuanza-Sul e Cuanza-Norte vão ter serviços de hemodiálise, ainda no primeiro semestre deste ano, para colmatar a falta deste serviço nessas localidades.

A ministra da Saúde, Sílvia Lucuta, afirmou que o Executivo continua comprometido, neste quinquénio, em levar a hemodiálise a todas as capitais de província, com centros e serviços nos novos hospitais gerais e futuros centros anexos às unidades já existentes.

Segundo a titular do sector da Saúde, constam ainda entre as acções prioritárias o controlo das doenças crónicas não transmissíveis e infecciosas, com uma abordagem holística e multissectorial, assente nos cuidados primários de saúde.

Sílvia Lutucuta esclareceu que o Sistema Nacional de Saúde controla cerca de 3.200 doentes renais e conta com 18 instituições públicas de hemodiálise, entre serviços e centros distribuídos por 10 províncias, devidamente equipados com meios técnicos e recursos humanos qualificados para dar resposta à procura.

A par destas unidades, recentemente o Presidente da República, João Lourenço, anunciou a reabilitação total do Hospital Geral dos Cajueiros, depois de ter constatado o actual estado daquela unidade hospitalar.

 Instituto de Anatomia Forense

O país vai ganhar, até o fim do ano, um Instituto de Anatomia Forense, que está a ser erguido no distrito urbano da Camama, em Luanda. A unidade, de carácter cientifico, vai servir as necessidades da polícia, ajudando a esclarecer muitas mortes.

O Instituto, que vai contar com 200 gavetas para conservação de corpos, vai, também, desempenhar a função de mais uma morgue para cobrir esta lacuna que a capital do país regista.

Entre outras valências, a infra-estrutura vai contar com instalações de autópsia com vários serviços, incluindo uma recepção de amostras, processamento de tecidos, incorporação, microtomia e coloração.

 Dia Mundial da Saúde

O Dia Mundial da Saúde foi instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a 7 de Abril de 1948, com objectivo de apresentar uma oportunidade de mobilizar apoios para a consciencialização, acção e pesquisa sobre as prioridades globais da saúde, promovendo a boa saúde e bem-estar para todos.

Este ano, a efeméride é comemorada no mundo inteiro sob o lema "A minha saúde, o meu direito”. ART



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