Número de farmacêuticos aquém do desejado

     Saúde           
  • Luanda     Segunda, 25 Setembro De 2023    14h23  
Técnico de farmácia
Técnico de farmácia
Alberto Kalúpia-ANGOP

Luanda – O país precisa no mínimo 20 mil farmacêuticos para responder as exigências do sector, um número que contrasta com os actuais 1.600, informou hoje, segunda-feira, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos de Angola, Santos Nicolau.

Em entrevista à ANGOP, por ocasião do Dia Internacional do Farmacêutico, que hoje se assinala, afirmou que, em rigor, são necessários 100 mil profissionais para dar cobro à demanda.

Santos Nicolau informou que a Ordem controla 1.600 membros, cifra que evoluiu comparativamente a 2022 , em que havia 1.300.

Porém, admitiu que o número ainda é ínfimo, pois a função do farmacêutico vai além de apenas entregar os medicamentos e, no contexto actual, este profissional de saúde é indispensável na sociedade, de modo que agiliza e facilita vários procedimentos.

Para ilustrar, o responsável disse que, apesar da sua importante actuação em farmácias, existem 10 linhas de intervenção e 135 especialidades, sendo algumas delas a Cosmetologia, Indústria farmacêutica, Perícia criminal, Área de alimentos, entre outras.

Com o farmacêutico, frisou, além do atendimento profissional, o utente  tem também  assistência com conselho técnicos.

As farmácias, para além dos fármacos, têm condições técnicas para medir a tensão arterial, controlo de diabetes e outros serviços.

Afirmou que a constituição da Ordem dos Farmacêuticos, em 2013, foi uma mais-valia, porque tem vindo a organizar a classe e a promover o surgimento de novos profissionais, que também vão conquistando mais espaço e reconhecimento, porque o exercício da profissão só é feito com a carteira profissional passada por este organismo.

Apontou as províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Malanje e as Lundas Norte e Sul as que mais possuem farmacêuticos.

Quanto à formação, disse que o país tem 13 instituições, nas províncias de Luanda, Malanje, Uíge, Huambo, Benguela e Huíla, que leccionam o curso superior de farmácia.

Os de nível médio fazem parte de uma Associação de Técnicos de Farmácia, designada “SOFARMA”.

Explicou ue existem farmacêuticos formados em tecnologia de produção e controle de qualidade de medicamentos.

Os farmacêuticos têm muitas áreas de actuação, devendo estar colocado nas farmácias comunitárias, nas Clínicas, Hospitais, Universidades, no ambiente, no interior, no comércio, na agricultura, investigação criminal, sendo vários os perfis de saída do curso.

Indústria Farmacêutica

O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos lamentou o facto de Angola actualmente não ter Industria Farmacêutica, factor que encarece os medicamentos, 100 % importados.

Lembrou que o país já teve duas fábricas e um Laboratório Fármaco Técnico que produziam bastante nos anos 90, o que aliviava em grande medida, mas as duas caíram em falência.

Neste este quadro, o país é obrigado a importar 100 % dos medicamentos,  o que força as finanças, pois os medicamentos não são baratos. 

Disse ter conhecimento de que o Executivo está engajado na mudança deste quadro,  pois já se fala em reactivar as Fábricas de Medicamentos.

Relativamente aos fármacos contrafeitos, recordou que há cinco meses a Agência Reguladora de Medicamentos (ARMED) informou que circulam mais de 50 por cento de medicamento contrafeitos, o que é preocupante.

Para si,  a mudança de paradigma só  será  possível com empenho de Estado na criação de políticas para banir “fortemente as máfias”.

Hoje celebra-se o 82ª Aniversário da Federação Internacional Farmacêutica, entidade que congrega a nível internacional os profissionais da classe, da qual Angola faz  parte da mesma.

Missão

A missão do farmacêutico é garantir que os fármacos que circulam no seu território, na sua unidade sanitária e na sua empresa sejam de qualidade.

O farmacêutico é um técnico de saúde preparado para gerir o circuito completo do medicamento, desde a investigação, a determinação do princípio activo da fabricação até chegar ao consumidor.

A actividade farmacêutica em Angola não se restringe apenas à farmácia comunitária ou abertas ao público. Existem também as farmácias hospitalares. ML/ART

 





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