Ondjiva - Oito mil e 821 mulheres gestantes e mães lactantes foram diagnosticadas com VIH/SIDA, nas províncias do Cunene, Lunda Sul, Benguela e Huambo, durante a implementação do projecto “mãe mentora”.
O projecto, desenvolvido de 2019 a 2023, permitiu a identificação e testagem de 69 mil e 721 mulheres grávidas e mães lactantes, em 15 unidades sanitárias das quatro províncias, sendo que 8.821 mulheres tiveram resultados positivo de VIH.
No quadro da iniciativa, desenvolvida por 85 mulheres, procedeu-se ao aconselhamento de 16 mil pessoas referenciadas nas comunidades vivendo com VIH.
O facto foi avançado na terça-feira, na província do Cunene, durante o acto de encerramento do projecto, que teve por objectivo reduzir as infecções de VIH/SIDA, através de apoio e educação. O mesmo teve o financiamento do governo dos Estados Unidos da América.
Na ocasião, o embaixador dos Estados Unidos da América em Angola e São Tomé e Príncipe, Tulimabo Mushigi, destacou a importância do projecto.
Disse que no quadro do plano de emergência do presidente dos EUA para alívio do VIH/Sida (PEPFAR), a Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Internacional (USAID) investiu 8.7 milhões de dólares, numa parceria com a EXXOMOBIL, para a concretização deste projecto que está alinhado a iniciativa da primeira-dama de Angola, denominada “Nascer livre para brilhar”.
De acordo com o embaixador, durante os 30 anos de parceria entre os dois Estados, os EUA investiu 650 milhões de dólares em assistência a Angola, no reforço das intervenções de saúde e de prestação de serviços.
Nesta senda, apontou o investimento de duzentos milhões de dólares para o controlo da epidemia do VIH/SIDA, através do plano de emergências do presidente dos EUA para alívio da Sida, nos últimos 15 anos.
Disse ainda que estas acções criaram condições para a implementação, monitorização e avaliação liderada pelas comunidades e aumentaram o acesso aos medicamentos anti-retroviral, kits para testagem rápida do VIH e reagentes laboratoriais, para o benefício de milhares de angolanos.
Tulimabo Mushigi reiterou o apoio do seu governo nas acções de prevenção e controlo do VIH, com um orçamento anual de 23 milhões de dólares, cujo objectivo global é o da eliminação da doença como ameaça a saúde pública até 2030.
Por seu turno, o governador em exercício do Cunene, Apolo Ndinoulenga, pediu o apoio dos parceiros no fortalecimento do sistema nacional de saúde, visando a partilha de conhecimento técnico científico, assistência médica e medicamentosa e efectivação do modelo de resiliência sanitária no seio das comunidades.
No Cunene, onde se deslocou na segunda-feira, o diplomata inteirou-se do projecto de resiliência de assistência de emergência a seca, no município de Ombadja e no Hospital Geral de Ondjiva.
A comitiva dos Estados Unidos deve deixar a província do Cunene na quarta-feira.
Angola e os EUA mantêm relações políticas e diplomáticas há 30 anos. FI/LHE/OHA