Benguela – Para combater a má nutrição que assola crianças internadas em diversas unidades pediátricas da província de Benguela, a Organização da Mulher Angolana lançou, esta quinta-feira, uma campanha solidária de distribuição de sopa, soube a ANGOP.
Os primeiros beneficiados foram menores internados na pediatria do Hospital Geral de Benguela.
Segundo a primeira secretária provincial da OMA, Maria da Graça, pretende-se com este gesto ajudar os hospitais a minimizar o quadro apresentado por muitas crianças nos últimos dias, fruto da fome que assola muitas famílias carentes.
“A OMA sensibilizou-se com o grito de socorro lançado pelas autoridades sanitárias locais, em função do aumento considerável de casos de má nutrição em crianças, fruto das dificuldades económicas das famílias”, disse.
Por esse motivo, a organização, afecta ao MPLA, conseguiu angariar bens alimentares para garantir a distribuição de sopa em todas as pediatrias a nível da província.
Maria da Graça anunciou, para breve, a criação de jangos comunitários para sensibilizar as mães sobre a necessidade e importância da sopa na dieta alimentar das crianças.
Por outro lado, a responsável da OMA aconselhou a sociedade a pautar por uma alimentação mais saudável, sobretudo à base de produtos agrícolas.
Entretanto, o administrador do Hospital Geral de Benguela, Feliciano Chissoka, informou que, só nas últimas 24 horas, a pediatria registou 416 crianças internadas, das quais 296 por má nutrição e 141 por malária. Houve a ocorrência de duas mortes por malária.
O responsável adiantou que a maior parte dos casos de internamento por má nutrição no hospital não precisa de medicação, mas sim de alimentação saudável para não resultarem em desnutrição.
Adiantou que o hospital tem medicamentos suficientes para atender os casos de malária, embora lamente o facto de muitas famílias acorrerem às unidades sanitárias na fase terminal ou avançada da doença.
Na mesma senda, o médico disse que o hospital tem capacidade, através da ONG JAM, de atender os casos de má nutrição, reconhecendo haver sérias dificuldades para atender simultaneamente as mães por escassez de alimentos.
“Infelizmente, por esse facto, algumas mães acabam por abandonar os seus filhos na pediatria”, concluiu.