Catumbela – Mil e 426 pessoas que pertencem a grupos de risco beneficiaram, no primeiro trimestre deste ano, de acções de sensibilização sobre a prevenção do VIH/SIDA, na província de Benguela, numa iniciativa da Organização de Interacção Comunitária (OIC).
Do grupo-alvo, seleccionado no âmbito da continuidade de um projecto de prevenção e redução de novas infecções pelo VIH, iniciado em 2017, constam 995 mulheres trabalhadoras do sexo, dos 18 aos 45 anos, e 431 homossexuais, em seis dos 10 municípios da província de Benguela.
Em declarações à ANGOP, o director executivo daquela organização não-governamental, Rodrigues Boano Tomás, adiantou que as campanhas de sensibilização para aquela população-chave ocorreram nos municípios de Benguela, Lobito, Catumbela, Baía Farta, Cubal e Ganda, com o envolvimento de 15 activistas.
Alertou para o aumento do número de pessoas dos grupos de risco infectadas com o vírus VIH nos últimos tempos, devido ao aumento da prostituição e, ainda, à ignorância do uso do preservativo, razão pela qual a OIC está a implementar este projecto comunitário de prevenção, especialmente para mulheres trabalhadoras do sexo e homossexuais.
A título de exemplo, Rodrigues Boano Tomás revela que das 995 mulheres trabalhadoras do sexo sensibilizadas neste período, 842 foram testadas na comunidade e, deste número, 42 resultaram em casos positivos, sendo 22 já em tratamento anti-retroviral (TARV).
Também referiu que, entre os 431 homens identificados como homossexuais, registou-se seis casos positivos, dos 366 testados para o rastreio do VIH e de outras infecções transmissíveis sexualmente, incluindo a tuberculose.
Além de vários encontros de apoio psicossocial e abordagem dos direitos humanos, o gestor da OIC reportou, ainda, a distribuição de 22 mil e 784 preservativos nos 127 focos de intervenção do projecto, de forma a sensibilizar os utentes para a prática de relações sexuais protegidas.
A meta, segundo a fonte, é a de sensibilizar até Junho próximo, altura do fecho do projecto, 2.175 mulheres e 700 homens nestas condições, para a adopção de comportamentos preventivos face aos riscos e fazer com que 90 por cento deste número tenha acesso à testagem.
Em caso de diagnóstico positivo, os indivíduos são encaminhados para as unidades sanitárias a fim de iniciarem o tratamento anti-retroviral (TARV), explicou a fonte, que acredita na mudança de comportamentos no grupo-alvo, como o uso do preservativo nas relações sexuais.
Considera que o trabalho da OIC vai ao encontro dos objectivos das autoridades sanitárias locais e parceiros, nomeadamente no aumento, cada vez mais, da informação, formação e o encaminhamento dos grupos-alvos aos centros de aconselhamento e testagem voluntária (CATV) e acesso ao tratamento.
O projecto de prevenção do VIH para mulheres trabalhadoras do sexo e homossexuais, implementado pela OIC em parceria com a organização não-governamental ADPP (Ajuda para o Desenvolvimento de Povo para Povo), é financiado em 120 mil dólares pelo Fundo Global, por meio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).