Luau – A adesão das mulheres aos partos domiciliares está a dificultar a execução do programa "Nascer Livre Para Brilhar" no município fronteiriço do Luau, província do Moxico, após registar-se 145 crianças nascidas com o VIH/SIDA, em dez meses.
Considerado o terceiro município com uma seroprevalência elevada, depois do Moxico (sede) e Alto Zambeze, no Luau nasceram 145 crianças infectadas do vírus da Sida (HIV) e apenas cinco isentos dessa doença crónica, no quadro do programa Nascer Livre para Brilhar.
A coordenadora provincial do programa de luta contra a Sida, Clotilde William, manifestou-se preocupada, durante uma visita inspectiva que efectuou ao Luau, onde constatou que a maioria das mães das crianças infectadas não frequentou a consulta pré-natal e fez o parto domiciliar.
Esclareceu que muitas mulheres preferem partos caseiros sem a devida assistência, facilitando desta forma a passagem do vírus da mãe para o bebé.
Para se combater essa prática, avançou que o departamento de Saúde Pública vai, nos próximos dias, trabalhar com as parteiras tradicionais, assim como autoridades tradicionais, no sentido de consciencializar as comunidades sobre a importância do parto hospitalar.
Nos últimos 10 meses, foram diagnosticados e assistidos no município do Luau 348 casos positivos da doença no Centro de Aconselhamento e Testagem Voluntária (CATV).