Ndalatando) – Médicos pediatras na província do Cuanza Norte manifestaram-se satisfeitos com a aprovação e utilização pela OMS da primeira vacina de prevenção e combate à malária, uma acção que vai contribuir para a redução dos índices de mortalidade no país e em África.
A malária continua a ser a principal causa de doença infantil e morte na África Subsahariana. Mais de 260 mil crianças africanas com menos de cinco anos morrem de malária anualmente.
No primeiro trimestre deste ano, a província do Cuanza Norte registou 167 óbitos por malária, maioritariamente, em mulheres grávidas e em crianças menores de cinco anos de idade, num universo de 140.977 casos confirmados laboratorialmente.
O director clínico do Hospital Materno Infantil do Cuanza Norte, Fidel João Hebo mostrou-se confiante na eficácia da vacina que para si contribuirá para a redução das mortes no país, causadas pela malária.
Explicou que o facto da doença constituir o primeiro motivo de mortes no país, a mesma tem sido também a principal causa de internamento de mulheres grávidas e crianças na instituição.
Apesar da descoberta, o médico apelou às família que continuem a se prevenir da malária com acções concretas, como dormir debaixo de mosquiteiro impregnado com insecticida, limpar residência e arredores, assim como evitar charcos e lagoas próximo da habitação.
Para o médico João de Sousa, do hospital municipal de Cazengo (sede da província do Cuanza Norte), a descoberta constitui um ganho mundial, particularmente, para os países aonde a doença é endémica.
Augura que a vacina seja distribuída com celeridade, para a imunização e prevenção de mortes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira, em Genebra, a aprovação da primeira vacina contra a malária e recomendou o seu uso generalizado em crianças na África Subsahariana e em outras regiões com altas taxas de transmissão da doença.
Em comunicado publicado na sua página oficial, a OMS informa que a recomendação é baseada nos resultados de um programa piloto em curso no Ghana, Quénia e Malawi, que atingiu mais de 800 mil crianças desde 2019.
O director-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, refere-se ao feito como “um momento histórico. A tão esperada vacina contra a malária para crianças é um avanço para a ciência, a saúde infantil e o controle da malária (...) Usar esta vacina, além das ferramentas existentes para prevenir a malária, pode salvar dezenas de milhares de vidas jovens a cada ano.”
A OMS indica que, no contexto do controle abrangente da malária, a vacina RTS, S/AS01 seja usada para a prevenção da malária P. falciparum em crianças que vivem em regiões com transmissão moderada e alta.
“A vacina contra a malária RTS, S/AS01 deve ser fornecida num esquema de 4 doses, em crianças a partir dos 5 meses de idade, para a redução da doença e da carga da malária”, prescreve a OMS.