Lubango - A inoperância dos dois bancos de sangue do hospital municipal de Caconda, na Huíla, força a população a comprar o líquido a preços exorbitantes definidos pelos “dadores”, para salvar a vida de parentes internados na unidade.
Trata-se fundamentalmente de pacientes com diagnóstico da malária mais anemia, cujo tratamento incluí a transfusão de sangue.
Em declarações à ANGOP, hoje, segunda-feira, Paulino Venâncio, um dos cidadãos nessa situaçao, disse que tem dois filhos internados com anemia e precisam de transfusão, mas que o orientaram a procurar um dador fora da unidade.
“Se não encontrar um dador na família, amigos ou alguém de boa fé, temos que recorrer as pessoas que comercializam o seu próprio sangue, cujo valor vai de dez mil a 15 mil Kwanzas a quantidade de 450 mililitros”, realçou.
Um outro pai, João Pedro, afirmou que o hospital não tem sangue e teve de comprá-lo, para que o seu filho recebesse a transfusão, porque está com paludismo e internado há mais de uma semana.
Segundo ele, a recuperação do miúdo está dependente de uma outra transfusão, pelo que apelou às autoridades a solucionarem o problema, porque a busca por dadores nem sempre é fácil.
Por sua vez o director municipal da saúde, Clementino Sangandjo Cassecawe, frisou que o hospital possui dois bancos de sangue com capacidades reduzidas, mas estão inoperantes há dois meses, devido a falta de energia eléctrica permanente.
Sublinhou que estão a trabalhar no sentido de arranjar formas de colocar painéis solares para suportar os bancos de sangue, num funcionando a 24 horas dia.
O município possui 23 unidades sanitárias e conta 147 funcionários, sendo 12 médicos, seis enfermeiros licenciados, 26 técnicos de enfermagem, 19 técnicos de diagnostico terapêutico, igual número de pessoal administrativos e 16 para o apoio hospitalar.