Huambo - A secretária da Associação de Solidariedade e Apoio ao Doente Falciforme (ASDAF) no Huambo, Irene Lialunga, defendeu hoje, segunda-feira, a necessidade de os hospitais melhorarem o atendimento dos pacientes com esta doença genética e hereditária.
A responsável, que falava no acto comemorativo ao Dia Mundial Consciencialização da Doença Falciforme, que hoje se assinala, informou que a província do Huambo conta, neste momento, com 500 crianças, entre zero e 15 anos de idade, com esta patologia.
Estas crianças, segundo Irene Lialunga, enfrentam inúmeras dificuldades desde o atendimento nos bancos de urgência ao diagnóstico definitivo.
Apontou a falta de meios de diagnóstico, de um espaço próprio de atendimento e de médico hematologista (especialista que estuda, diagnostica e trata alterações e doenças do sangue e de órgãos como a anemia falciforme) como um dos principais factores que condicionam a qualidade da assistência médica/medicamentosa nas unidades sanitárias locais.
Lamentou o facto de os doentes falciforme serem acompanhados apenas por pediatrias e médicos internos, nos bancos de urgência geral, quando devia ser por um hematologista e em área específica.
Por sua vez, o chefe do departamento de Saúde Pública na província do Huambo, Valentim Catolo, informou que o governo tem estado a trabalhar para melhoria, gradualmente, do atendimento médico/medicamentos dos doentes falciforme, com destaque para a formação de especialistas, aumento das infra-estruturas, serviços e recursos humanos.
Disse que a instituição, para além de ter o controlo de todos os doentes em tratamento nas unidades sanitárias, tem promovido campanhas de sensibilização nas comunidades sobre a importância dos casais jovens realizarem exames médicos, antes de engravidar, por ser a principal via de prevenção da falciforme.
Gelcia Garcia, uma das pacientes de com anima falciforme, enalteceu o engajamento dos especialistas de saúde que, diariamente, asseguraram o bem-estar de doentes.
Bibiona Chitumba, mãe de uma doente de três anos de idade, solicitou maior engajamento das autoridades competentes na melhoria dos serviços de saúde, com realce para esta área, com vista a encurtar a distancia percorrida por muitos na busca de cuidados médicos.
O 19 de Junho foi oficialmente designado como o Dia Mundial de Consciencialização da Doença Falciforme, pela Organização das Nações Unidas, com o objectivo de aumentar o conhecimento e a compreensão do público sobre a doença e os desafios vivenciados pelos pacientes, seus familiares e cuidadores. MLV/ALH