Luanda- A directora Nacional de Saúde Pública, Helga Freitas, disse, esta quinta-feira, em Luanda, que as grandes endemias (malária, tuberculose e VIH/Sida), as elevadas taxas de mortalidade materna e infantil e a infanto-juvenil constituem os principais desafios da saúde pública no país.
Segundo a responsável, que não avançou dados, seguem-se as doenças crónicas não transmissíveis, a má nutrição, o aumento dos traumatismos por acidentes de viação, as alterações climáticas, o fraco acesso as novas tecnologias e à Covid-19.
Helga Freitas falava sobre os desafios da saúde pública em Angola no primeiro Congresso Internacional de Medicina organizado pela Universidade Privada de Angola (UPRA), com o objectivo de promover no seio de profissionais, docentes, pesquisadores e estudantes de saúde uma ampla e profunda reflexão em torno dos desafios da saúde pública.
Helga Fretas apontou a necessidade da contínua aposta nos cuidados primários de saúde, com realce na municipalização destes serviços, e investir nos determinantes de saúde que tem a ver como o acesso a água potável, saneamento do meio, energia eléctrica, educação para as comunidades.
Conforme a responsável, a municipalização dos serviços de saúde facilita o acesso igualitário a esses serviços de todos os cidadãos, dando a possibilidade de implementar no seu território todos os cuidados inerentes ao bem-estar da população.
Apontou ainda a elaboração de planos municipais e provinciais de saúde para melhorar os cuidados primários de saúde, bem como intensificar a estratégia de proximidade das equipas móveis às comunidades.
A responsável considerou que o desafio actual se prende com à pandemia da Covid-19, com realce para a vacinação, situação que veio agudizar o sistema de saúde.
O primeiro Congresso Internacional de Medicina conta com o apoio do Ministério da Saúde de Angola e compreende a realização de conferências e mesas redondas em torno de temas ligados a saúde pública, dinamizados por profissionais e entidades ligadas ao exercício da actividade da saúde, do ensino, da investigação e desenvolvimento de programas específicos.
Para além de Angola, participam quadros de Cuba, Brasil e Portugal, que durante dois dias vão debater temas como “Importância da área hospitalar”, “A perspectiva da saúde pública com a Covid-19”, “A sinistralidade e morbi-mortalidade por trauma”, entre outros, em parceria com a Word Federation for Medical Education e o Centro Policlínico Universitário (CEPOU), no formato virtual Zoom.