Lubango - A necessidade de reforçar a definição dos padrões de humanização nos serviços de saúde com clareza, para simplificar o planeamento e a execução do processo nas unidades, foi defendida hoje, terça-feira, no Lubango, pela directora da Saúde na Huíla, Luciana Guimarães.
A responsável falava durante a formação sobre a Importância da humanização nos serviços de saúde, no quadro da Semana Nacional da Humanização na Huíla, que decorreu sob o lema “humanizar é comunicar mais e melhor”, dirigido aos gestores de gabinetes de utentes das unidades hospitalares dos municípios da província.
Afirmou tratar-se de processos como o fluxo de doentes dentro do hospital, a disponibilidade de informação para as famílias, que tem sido já adaptado e melhorado durante os últimos três anos.
Explicou que quando o paciente chega à unidade desesperado a procura de ajuda, deve respeitar a liberdade dos outros, ao passo que funcionário, demonstrar respeito pela situação do utente, explicar as limitações e opções que ele tem, nunca ficar calado.
Avançou que o país iniciou a dar passos em 2021 na fase pós-covid, que fez com que as unidades em pouco tempo demonstrassem as suas fragilidades, fizessem novos investimentos nas relações interpessoais e os funcionários fizeram revisões sobre os conceitos de ética moral, costumes que precisavam de ser acordados.
“Depois disso foram introduzidos temas como a inteligência emocional, a liderança com responsabilidade, pois temos uma população mais atenta e exigente. A equidade impera para uma maior empatia tanto para o profissional de saúde como o utente”, continuou.
O atendimento e o tratamento humanizado, segundo a directora, vão na contra-mão daquilo que são os sistemas rígidos e padronizados que promovem o distanciamento entre os pacientes e os profissionais de saúde durante as suas interacções.
Lembrou ainda existirem os sistemas antigos onde não pode existir muito contacto entre os profissionais de saúde e os mesmos limitavam-se a chegar à unidade e atender os pacientes com as devidas padronizações, o que resulta na responsabilidade do Estado, a equidade de tratamento para todos os doentes.
“O doente para o profissional de saúde não pode ter rosto, nome, estatuto, é um paciente e para tal foram padronizados o atendimento, no sentido de não falhar com ninguém, porém tem de existir adaptação dos membros desta sociedade”, salientou.
A humanização, de acordo com Luciana Guimarães, garante qualidade dos serviços e potencialização dos tratamentos, aumentando a chance de cura do paciente, assim como uma comunicação não violenta, o que melhora a relação entre o funcionário e o paciente.
Durante a actividade foram debatidos assuntos como a humanização em saúde e importância da comunicação na gestão humanizada em recursos humanos.
Foram ainda visitados os gabinetes de utentes dos hospitais “Irene Neto”, “Olga Chaves” e o pediátrico “Pioneiro Zeca”, um evento que contou com a participação da Direcção Nacional do Gabinete de Ética e Humanização do Ministério da Saúde. EM/MS