Huambo - Mil e 768 casos de cancro diversos foram diagnosticados, nos últimos 12 meses, pelos serviços de oncologia do Hospital Central do Huambo, informou hoje, terça-feira, o director da instituição, Hamiltom dos Prazeres Tavares.
Fazendo uma análise da situação desta doença na região, o responsável mostrou-se preocupado com os elevados números de casos, dos quais mais de 700, equivalentes a 41 por cento, são câncer da mama.
Neste sentido, fez saber que apesar de o cancro da mama também poder afectar os homens, apenas foi diagnosticado em mulheres, com idades entre os 16 e 70 anos, a par do cancro digestivo e do colo do útero.
O responsável referiu que, aos pacientes, depois de consultados pelo oncologista, é feito um diagnóstico para determinar se a sua massa é benigna ou maligna, que poderá ser seguida de sessões de quimioterapia.
No caso particular do cancro da mama, o director da maior unidade sanitária da província disse que parte dos casos resulta de questões hereditárias e outros adquiridos em consequência, entre outros, da exposição de roupas tóxicas (blusas e sutiãs) e das doenças crónicas como as diabetes.
Por isso, recomendou o diagnóstico precoce, sobretudo, quando estas notarem alteração da mama, dor mamária fora do ciclo menstrual e daquelas que se encontram em menopausa.
Daí ter recomendado às mulheres em idade fértil no sentido de apalparem regularmente a mama, a fim de identificar nódulos que podem indiciar o aparecimento do cancro.
Acrescentou que, não obstante as medidas de restrição impostas pela Covid-19, os doentes ainda assim são encaminhados para Luanda a fim de serem operados, sobretudo aqueles com massa maligna, enquanto os outros cujos tumores são benignos são operados localmente.
O número de pacientes atendidos diariamente, de acordo com Hamiltom dos Prazeres Tavares, tende aumentar, nos últimos dias, devido às restrições impostas pela Covid-19, que colocou Luanda (capital do país) sob cerca sanitária.
Em funcionamento desde 24 de Setembro de 2019, este serviço especializado, o segundo em Angola, depois do Instituto Nacional de Controlo do Cancro em Luanda, presta sessões de quimioterapia a cidadãos com câncer da mama, do colo do útero, digestivo, da próstata e do pulmão.
A instituição conta com um laboratório de anatomia patológica e ou serviço clínico, um oncologista, dois cirurgiões e dez enfermeiros, que tratam de todos os doentes, enquanto aqueles com estágio terminal são devolvidos para os cuidados paliativos.
Além destes serviços, o Hospital Central, com capacidade para internar 800 doentes, presta atendimento nas especialidades de medicina geral, cirurgia geral, ortopedia, pediatria, endoscopia, ginecologia, obstetrícia, dermatologia, hemodiálise, psiquiatria, citologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e estomatologia,
Constam ainda os serviços de imagiologia (raio x, ecografia, TAC e ressonância magnética), de mamógrafo, esterilização, neurologia, cardiologia, hemoterapia, psiquiátricos, laboratório de análises clínicas e cuidados intensivos, cujo funcionamento é assegurado por mil e 100 trabalhadores, entre médicos, técnicos de diagnóstico e terapêutico, enfermeiros e administrativos.