Lubango - O traumatismo crânio-encefálico é a principal causa de casos de epilepsia em pacientes atendidos nas consultas de neurologia do Hospital Central do Lubango, seguido da ténia cerebral e da paralisia cerebral infantil.
O traumatismo crânio-encefálico é qualquer lesão de etiologia traumática que afecta o parênquima cerebral ou suas estruturas subjacentes, como as meninges, os vasos, a calota craniana e o couro cabeludo, que podem acontecer de várias formas e em circunstâncias diferentes.
A epilepsia é uma enfermidade crónica que afecta o sistema nervoso central, onde há uma predisposição anormal do encéfalo, que são as células que fazem parte do cérebro que provocam crises epilépticas de uma forma recorrente.
Em declarações hoje, quinta-feira, à ANGOP, no Lubango, no âmbito da Semana Internacional Contra a Epilepsia, sob o lema “Vamos tirar a epilepsia das sombras”, a responsável do serviço de serviço de Neurologia, Julcileia de Carvalho Muenho, realçou que os trauma, na sua maioria resultam de acidentes de viação.
“Se o paciente tiver um acidente de carro, bater com a cabeça, resultar numa hematoma, um sangramento, após esse hematoma ser reabsorvido ou for evacuado para a neurocirurgia, fica aí uma cicatriz no encéfalo, que vai comportar-se como um foco epiléptico e o paciente começa a ter crises”, frisou.
De acordo com a neurologista, por semana são realizadas em média 40 consultas de neurologia e um terço dessas são pacientes com epilepsia, sendo que uma outra causa que os diagnósticos apresentam é ténia cerebral, uma infecção parasitária que em Angola ainda não está estudada do ponto de vista epidemiológico, mas já existe uma investigação, pois é uma doença em que os pacientes são infectados pelo consumo de carne de porco ou de vaca contaminada pela ténia saginata.
A ténia, prosseguiu, aloja-se em várias partes do corpo, mas preferencialmente no cérebro, olhos e músculos, quando ela está alojada, as crises epiléptica desses pacientes são apenas no período nocturno.
Razão pela qual, explicou, as pessoas associam a doença a questões espirituais, o que faz com os pacientes, procurem primeiro o tratamento tradicional em detrimento do convencional.
Nas consultas de neurologia do Hospital Central do Lubango, para além de pacientes da Huíla, são igualmente atendidos pacientes provenientes das províncias de Benguela, Namibe, Cunene, Cuando Cubango e Uíge. BP/MS