Utentes do centro de saúde da Centralidade do Lobito defecam ao ar livre

     Saúde           
  • Benguela     Quarta, 23 Junho De 2021    15h50  
Vista frontal do centro de saúde da Centralidade do Lobito
Vista frontal do centro de saúde da Centralidade do Lobito
Carlos do Rosário

Catumbela – Alguns familiares de pacientes internados no centro de saúde da Centralidade do Lobito, em Benguela, têm defecado ao ar livre nos últimos dias, no exterior do recinto, devido ao mau funcionamento das casas de banho, apurou hoje a ANGOP.

Os utentes são obrigados a satisfazer as necessidades fisiológicas numa zona baldia, coberta por capim e pequenos arbustos, porque as casas de banho que existem dentro do centro de saúde ficam fechadas por falta de água, um problema que, de resto, afecta toda a centralidade do Lobito.

Falando à ANGOP, a cidadã Florença Kafuma, cujo filho teve alta hoje, cinco dias depois, relata as dificuldades por que passam as mulheres e homens pelo facto de não lhes ser possível utilizar sempre as retretes, dada a constante falta de água para descargas.

Visivelmente agastada, nota que o centro de saúde até tem um reservatório de água, com capacidade para 10 mil litros. Como o abastecimento nem sempre é feito com regularidade, as casas de banho ficam muito tempo inutilizadas, não tendo os utentes alternativa a não ser defecar fora do recinto.

“Já não suportamos o mau cheiro”, queixa-se ela, denunciando que, por vezes, as mães são também obrigadas a depositar sacos contendo os dejectos dos filhos internados na referida zona, a céu aberto, o que pode trazer doenças à população da centralidade.  

O sofrimento é partilhado por Flora Pascoal. A interlocutora lembra que, muitas vezes, os familiares encontram as casas de banho em mau estado de higiene e ainda, por falta de contentores de lixo dentro da unidade sanitária, depositam as fraldas descartáveis utilizadas na mesma área onde muitos se aliviam.

Proveniente da comuna da Canjala, José António, pai de uma criança de três anos internada com malária, contou que na segunda-feira faltou água, o que levou a que algumas pessoas saíssem fora, à noite, pois não havia condições para utilizar as retretes.

Também preocupada com a situação está a moradora da centralidade do Lobito, Purificação Machado, que teme pela saúde das crianças que brincam ao ar livre devido a doenças transmitidas por meio de dejectos humanos, como a diarreia.

Deu conta de que a defecação ao ar livre nos arredores do centro de saúde da centralidade começou desde que a afluência de pacientes aumentou, nos últimos dias, por causa dos casos de malária no município do Lobito.

“É uma ameaça à saúde pública e para o bem-estar dos moradores, porque as moscas podem transportar várias doenças a partir das fezes ao ar livre”, alertou, criticando os seguranças do centro de nada fazerem para corrigir essa situação, uma vez que não sensibilizam os familiares.

No entanto, o director para a Área de Enfermagem do centro de saúde da Centralidade do Lobito, João Mendes, reconhece o problema da escassez de água no local e aponta estar já em marcha um projecto de construção, no quintal do recinto, de casas de banho para os adultos que acompanham as crianças internadas.

E assumiu que as casas de banho estavam fechadas temporariamente, de forma a evitar situações desagradáveis, mas neste momento a água do reservatório do centro está já a ser distribuída através de bidões, para incentivar os utentes a usarem os balneários.

A ANGOP soube que os vasos sanitários da maioria das casas de banho da referida unidade sanitária são para as crianças, visto que aquela estrutura foi concebida na perspectiva de uma creche, o que não veio a acontecer, por decisão das autoridades.

Com 123 camas, o centro de saúde da Centralidade do Lobito tem serviços de consultas pré-natais, vacinação, clínica geral, análises clínicas e farmácia, estando em perspectiva a abertura de uma sala de partos.





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