Ondjiva - Quatro mil e 743 animais domésticos, entre cães e gatos, foram vacinados contra a raiva, durante o ano de 2023, nos seis municípios da província do Cunene, no âmbito da campanha de rotina de vacinação anti-rábica, contra os 18 mil e 456 do ano de 2022
O facto foi avançado, este sábado, pelo chefe do Departamento do Instituto Serviços de Veterinária no Cunene, Cláudio Simões, realçando que a acção consta do Programa Nacional de Contingência Contra Raiva.
Cláudio Simões disse que em relação ao período homólogo houve uma baixa de 13 mil e 712 animais vacinados, fruto da fraca adesão de criadores aos postos de vacinação e da falta de apoio logístico para campanhas porta a porta.
Explicou que o Ministério de tutela disponibiliza as vacinas, enquanto as questões logísticas são de responsabilidade dos governos províncias e das administrações municipais para apoio aos programas de vacinação.
Nesta senda, disse haver necessidade do reforço de acções conjuntas com as administrações locais no sentido de criarem planos de campanha de rotina a nível dos bairros, visando elevar os serviços junto às populações.
Frisou ainda de fundamental o redobrar de esforços para persuadir a população a procurar os órgãos de apoio do departamento provincial e municipais dos Serviços Veterinários, sobretudo as do meio rural.
O responsável pediu a colaboração dos donos de animais de estimação para que os levem aos postos de vacinação, lembrando que a raiva é uma doença perigosa que pode causar a morte, pelo que se deve prevenir através de vacinação anti-rábica.
“Os criadores de animais como cães, gatos e macacos devem reconhecer a importância desta prática, não deixando para segundo plano a vacinação dos seus animais, por perigar, em alguns casos, a vida dos próprios familiares”, sustentou.
Fez saber que actualmente o sector dispõe de 10 mil doses de vacinas contra raiva, cujo stock é suficiente, para atender mais de 80 porcentos dos animais existentes na região.
Dados do gabinete da Saúde apontam para o registo de dois casos de mordeduras de animais, com um óbito por raiva durante o ano de 2023, contra os cinco e quatro óbitos de 2022.
A raiva é uma zoonose incluída na lista das doenças tropicais negligenciadas, transmitida ao homem por inoculação do vírus rábico, contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura, arranhadura ou lambedura.
A raiva é uma doença grave que afecta todos os mamíferos, incluindo o homem, e está associada a mordeduras de animais há mais de três mil anos. É a mais antiga e mais mortal epidemia conhecida da humanidade.
Desde então, os cães sempre foram considerados a primeira causa de transmissão aos humanos, e a taxa de letalidade é de 100 por cento.FI/LHE/VIC
