Aumentam casos de malária na Ganda

     Saúde           
  • Benguela     Segunda, 24 Abril De 2023    13h39  
Director municipal da saúde da Ganda, Albano Weya
Director municipal da saúde da Ganda, Albano Weya
ANGOP

Ganda – Os casos de malária registam um aumento nos últimos três meses, no município da Ganda, província de Benguela, associados a insuficiências no saneamento básico e intensidade das chuvas, soube esta segunda-feira a ANGOP.

Segundo o director municipal da Saúde, Albano Weya, que falava à ANGOP sobre a situação epidemiológica da circunscrição, no primeiro trimestre deste ano foram registados 19.092 casos da doença, contra os 11.656 do mesmo período de 2022.

Não obstante este aumento em termos de estatística, facto relevante, segundo o responsável, é que não se registou, pelo menos a nível das unidades de saúde, qualquer morte por malária.

Em relação a esta situação, o director afirmou que este ano foram registados mais casos porque também tiveram muito mais testes rápidos de diagnóstico e medicamentos de combate à enfermidade.

Apontou a sede do município como sendo a zona mais crítica, devido a uma maior densidade populacional e alguns problemas em termos de saneamento básico.

"Para prevenção, temos feito campanhas de limpeza, distribuímos mosquiteiros impregnados com insecticidas e apelamos a população a acorrer atempadamente às unidades sanitárias, tão logo sejam notados sinais da doença, sobretudo nas áreas com maior foco" , explicou.

Ao contrário da malária, as doenças respiratórias agudas aparecem em segundo lugar, com uma ligeira diminuição em relação ao primeiro trimestre do ano passado, registando três mil e cinco casos, este ano, contra os três mil e 343 do ano passado.

Já a febre tifóide subiu para 1.327 contra os 600 casos do ano passado.

Por ordem decrescente, segue-se as doenças diarreicas agudas, as hipertensivas, a tuberculose pulmonar, o traumatismo por acidente e o HIV/SIDA.

O médico revelou que o município deixou de registar casos de transferência de doentes para hospitais de referência, com a entrada em funcionamento do bloco operatório e de uma médica genico-obstetra no hospital municipal.

Sobre os recursos humanos, disse que o município dispõe de 25 médicos, dos quais apenas onze estão no activo porque os outros estão em formação nas províncias de Benguela, Huambo e Luanda.

"Os 361 funcionários, entre médicos, enfermeiros, técnicos e administrativos, estão muito aquém do recomendável, que seria de 1.075 profissionais", sublinhou.

Referindo-se aos especialistas, além da medica genico-obstetra, o hospital municipal da Ganda tem também clínicos gerais e pediatra, estando em falta as especialidades de oftalmologia, cirurgia, ortopedia, oncologia e outras.

O ingresso dos profissionais da saúde é feito através de concursos públicos. Em função disso, o ano passado foram recebidos cinco médicos e dezasseis enfermeiros.

"Vamos esperar a quota que o Governo vai atribuir ao município, este ano", manifestou o director esperançoso.

Quanto a hemoterapia, embora o sangue seja muito procurado por causa das cirurgias, malária e outras doenças que exigem transfusão, assegurou que existe stock suficiente, devido a pronta ajuda de doadores voluntários, como a juventude do partido MPLA.

A rede sanitária do município é constituída por um hospital municipal e outras 31 unidades, entre centros e postos.

"Temos projectos para colocar mais postos de saúde naquelas povoações que ficam mais distantes", afirmou.

A aquisição de fármacos é outro assunto que não tem provocado constrangimentos devido a pronta intervenção do Gabinete Provincial de Saúde, quando os stocks já exigirem reposição.

Questionado sobre a humanização dos serviços, Alberto Weya explicou que se tem feito um grande esforço no sentido dos profissionais seguirem a deontologia profissional, mas ainda notam-se alguns comportamentos "menos bons".

Segundo o director, há profissionais desmoralizados por estarem dez ou quinze anos a funcionar em localidades distantes, ávidos de transferência para estarem junto das suas famílias.

"Vamos priorizar as zonas periféricas para colocar os novos profissionais para substituirem aqueles que trabalham ali há muito tempo, que são a maioria", defendeu o director.

O município da Ganda tem uma extensão territorial de quatro mil e 818 quilómetros quadrados e uma população estimada em 287 mil e 594 habitantes (Censo de 2014). TC/CRB

 

 

 

 





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