Luena – A campanha de cirurgias contra fístula obstétrica promovida pelo Gabinete Provincial da Saúde do Moxico, em parceria com o Hospital Materno-Infantil Dr. Manuel Pedro Azancot, registou fraca adesão das pacientes, de acordo com o porta-voz do programa, Assunção Wica.
Em declarações, esta terça-feira, à ANGOP, disse que das 113 mulheres registadas na campanha, que durou sete dias, apenas 45 foram submetidas à operação.
Conforme o médico gineco-obstetra, do total das mulheres registadas, 11 pacientes foram avaliadas e detectadas com outras doenças associadas, facto que evitou submetê-las à cirurgia, enquanto as demais estiveram ausentes do local da cirurgia.
“A comissão vai realizar um trabalho para apurar as razões da ausência dessas mulheres, mas acreditamos que seja por motivos de distância entre as zonas onde residem com o Hospital Geral do Moxico”, sustentou.
Apesar disso, disse que o Gabinete provincial da Saúde e a equipa de médicos do Hospital Materno-Infantil Dr. Manuel Pedro Azancot estuda mecanismos para a realização de uma segunda fase da campanha, uma vez que, muitas mulheres continuam assoladas pela fístula obstétrica.
A campanha envolveu 30 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos de diagnóstico e de apoio, provenientes da capital do país (Luanda) e da província do Huambo, para além dos residentes.
A fístula obstétrica é uma lesão grave entre a bexiga e o canal vaginal ou entre o recto e a vagina, provocada por um parto demorado, obstruído e sem assistência médica.
Estudos indicam que o problema causa incontinência e leva, em alguns casos, à perda do controle da urina e das fezes, deixando as pacientes praticamente excluídas da sociedade.
Em Angola, as estatísticas apontam para quase oito mil mulheres afectadas pela doença, que gera bastante desconforto, devido ao facto de as pacientes estarem sempre a perder urina e deitarem cheiro forte, sendo, por isso, desprezadas pelos próprios parceiros. TC/YD