Mbanza Kongo – Dezanove crianças, dos seis meses aos cinco anos de idade, morreram na província do Zaire em 2022, em consequência da desnutrição aguda, mais oito óbitos comparativamente ao ano anterior.
A informação foi prestada à ANGOP, esta quinta-feira, em Mbanza Kongo, pela supervisora da saúde infantil, Juliana Massamba, dando conta que o município do Soyo registou 13 óbitos, o Tomboco (03), Hospital Provincial em Mbanza Kongo (02), e o Cuimba (01 óbito).
A responsável informou que foram notificados, em 2022, um total de dois mil e 237 casos de desnutrição, na referida faixa etária, registando-se um aumento de 410 casos em relação ao período homólogo de 2021.
O município do Cuimba notificou 567 casos, Soyo (536), Nzeto (454), Mbanza Kongo (254), Tomboco (151) e Nóqui com 82 registos de desnutrição.
Enquanto isso, segundo a fonte, mil e 404 pacientes com este mal foram recuperados, no período em balanço, dos dois mil e 237 casos relatados, sendo que outros 72 abandonaram o tratamento e 13 casos foram transferidos às unidades médicas de referência na região.
A profissional de saúde apontou o desmame precoce como uma das principais causas desta desnutrição nas idades indicadas, lembrando que, o período de amamentação, recomendado pela Organização Mundial da saúde (OMS), é de até dois anos.
A escassez de suplementos nutricionais para os bebés, cuja região deixou de receber tais componentes vitamínicos, fornecidos pelo Ministério da Saúde, em Abril do ano passado, também concorreu para o aumento de casos da mal nutrição no Zaire, segundo ainda a fonte.
Aconselhou as mães, com bebés, apostarem em utrientes confeccionados a base de papas e sopas com produtos locais, tais como mandioca, banana pão, gergelim, abóbora, inhame, legumes, feijão, cogumelos, entre outros.
O emagrecimento, o inchaço do corpo, a falta de apetite, o cabelo amarelado são alguns sinais indicativos da desnutrição apontados pela profissional de saúde, que lamentou a falta de um centro de nutrição infantil na região.
Na sua opinião, o referido centro contribuiria na mitigação de muitos casos entre as crianças menores de cinco anos de idade.
Lembrou que a desnutrição aguda em crianças pode comprometer a saúde destas e o seu crescimento normal do ponto de vista anatómico, assim como retardar a sua capacidade cognitiva.
Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), referentes a 2019, dão conta que duas de cada três crianças menores de dois anos vivem com malnutrição no mundo.
Entre as causas estão a pobreza, as mudanças climáticas e as más escolhas na hora de se alimentar.
Define-se por desnutrição infantil como uma condição clínica decorrente de uma deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um ou mais nutrientes essenciais,