Mbanza Kongo – As obras do hospital geral do Zaire, paralisadas há cerca de cinco anos, retomam este ano, revelou, esta sexta-feira, em Mbanza Kongo, a ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira.
Em declarações à imprensa, a governante reconheceu que o actual hospital provincial, com 210 camas, mostra-se exíguo face à procura dos serviços médicos da população local.
Carolina Cerqueira afirmou que as obras do futuro hospital regional, com capacidade de 400 camas, serão suportadas por um financiamento da Alemanha, e vai oferecer uma gama diversificada de serviços, com destaque para pediatria, hemodiálise, clínica geral, cardiologia e outras especialidades.
Segundo a ministra, aliada a estas valências, estará uma escola de formação técnico-profissional de saúde, para servir de base e suporte ao trabalho do hospital na formação de quadros.
“É nossa aposta, ainda este ano, retomar as obras deste hospital, de modo a oferecermos serviços de alta tecnologia à população do Zaire”, salientou.
A infra-estrutura de três pisos apresenta já sinais de degradação em algumas paredes, por força das intempéries.
O projecto foi lançado em 2014 e previa-se a sua conclusão em 18 meses, sendo que os trabalhos atingiram uma execução física de cerca de 80 por cento, com a conclusão da estrutura do edifício principal.
Foram, igualmente, montados os elevadores, sistemas de climatização e contra incêndios, eléctrico e de canalização, faltando, para a conclusão da obra, a componente de ladrilhos e outros acabamentos internos.
Dado o prolongado período de paralisação das obras, alguns compartimentos internos e do sótão começam a apresentar algumas fissuras, fruto da acção da humidade provocada pela infiltração das águas das chuvas.
O futuro Hospital do Zaire está projectado com 18 laboratórios de especialidade e nove blocos operatórios, além das áreas de pediatria, diálise, biomédica, farmácia, radiologia, cardiologia, traumatologia, infusão, optometria, ginecologia, clínica geral, endocrinologia, respiração analógica, estomatologia e outras.
A infra-estrutura contempla 11 blocos de atendimento, com realce para os de consulta, internamento e administração, apoio hospitalar e outros serviços, onde se destaca ainda a área para o tratamento do lixo hospitalar.
Centralidade de Mbanza Kongo
Em relação a futura centralidade de Mbanza Kongo, cujas obras estão igualmente paralisadas, disse ser o início do que poderá ser, no futuro, um projecto de maior dimensão, reconhecendo que o actual de 200 apartamentos tipologia T3 não responde à demanda da população da cidade, estimada em cerca de 180 mil habitantes, maioritariamente jovens.
A ministra assegurou que as preocupações encontradas serão levadas às instâncias superiores do Executivo, para análise e tomada de decisões, reconhecendo que os efeitos da pandemia da Covid-19 fizeram regredir as acções previstas no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022.
Antes de deixar MBanza Kongo, a Ministra reuniu-se com o governo provincial, tendo o governador Pedro Júlia prestado detalhada informação sobre a actual situação, em particular os esforços desenvolvidos no âmbito da prevenção e combate à Covid-19 e malária.
Carolina Cerqueira esteve desde quinta-feira a trabalhar em Mbanza Kongo, com vista a constatar a situação da região e os projectos em curso.