Icolo e Bengo - As dificuldades vividas pelos jornalistas no acesso à informação é, ainda, uma realidade no exercício do jornalismo em Angola, dificultando o princípio do contraditório para uma informação imparcial, isenta e comprometida com a verdade.
A afirmação é do deputado à Assembleia Nacional, António Paulo, que falava na vila de Catete, município de Icolo e Bengo, em Luanda, numa palestra alusiva ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, assinalado hoje (3 de Maio), reforçando a necessidade da cultura da cedência de informações de utilidade pública, por parte das instuições públicas e privadas do pais.
Durante a palestra sobre o tema "Protegendo a liberdade de imprensa face à insegurança jornalística" , o prelector disse que o jornalista trabalha com dados e informações, pois ele não pode inventar nada, e na ausência dela, limita apuração da verdade.
"É muito difícil e complicado exercer a profissão jornalística neste cenário de certas limitações no acesso à informação", referiu.
António Paulo explicou que o jornalista só não deve confundir a liberdade de imprensa com libertinagem, achar que pode noticiar e informar tudo que deseja, sem observar os limites instituídos na lei de imprensa e na Constituição da República.
O também professor universitário lembrou aos profissionais de comunicação que procurem conhecer a lei de imprensa para saberem até onde chega às suas liberdades e ter noção clara sobre o que deve e não publicar, tendo em vista os assuntos como segredo de Estado, reservados por lei.
"Qualquer descuido e desconhecimento da lei em relação aos limites instituídos por lei, pode levar o jornalista a situações desconfortáveis", precisou o deputado.
António Paulo sublinhou que a dificuldade no acesso às fontes de informação abre espaço para especulação e sensacionalismo, perdendo a oportunidade de informar com verdade e isenção.
A palestra, que contou com a participação de jornalistas, estudantes de comunicação social e organizações da sociedade civil, foi promovida pela Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA).
A ERCA é um órgão independente que têm por missão assegurar a objectividade e isenção da informação e salvaguardar a liberdade de expressão e de pensamento na imprensa, em conformidade com os direitos consagrados na Constituição da República.
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é celebrado anualmente a 3 de Maio.
A data foi criada em 20 de Dezembro de 1993, com uma decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas, e celebra o Artigo 19º da Declaração Universal dos Direitos Humanos e marca o Dia da Declaração de Windhoek. CLAU/AJQ