Ondjiva - O chefe do Departamento dos Serviços Provinciais de Veterinária no Cunene, Cláudio Simões, alertou, esta sexta-feira, as administrações municipais, a criar brigadas de recolha de cães e gatos vadios, de modo a evitar mordeduras às pessoas.
Em declaração à ANGOP, o responsável disse que actualmente é inexistente o processo de recolha de animais vadios, com particular realce na cidade de Ondjiva, sede capital da província.
Dados do gabinete da Saúde, apontam para o registo de dois casos de mordeduras de animais, com um óbito por raiva em 2023, contra os cinco e quatro óbitos registados em 2022.
Cláudio Simões referiu que o processo da criação de brigadas de recolha de cães e gatos é de alçada dos serviços comunitários e das administrações municipais, razão pela qual, dentro dos seus programas de acção é fundamental encaixar este "item" por constituir problema de saúde pública.
O médico veterinário esclareceu que os cães vadios representam um perigo à saúde pública para a população no geral e também para os próprios animais, que vão cruzando de forma desordenada e susceptíveis a contraírem várias doenças.
Nestes cruzamentos, acrescentou, os animais podem apanhar doenças de fórum genital, caraças e a raiva que podem ser transmitidas aos seres humanos.
“Não é lícito deixar os animais à sua sorte, sem controlo ou tratamento adequado, visto que estes constituem um perigo à saúde pública, por, muitas vezes, serem detentores de raiva e outras doenças contagiosas”, referiu.
Por seu turno, o director municipal de saneamento básico do Cuanhama, Nelson Shitungeni, admitiu a inexistência de meios apropriados para a recolha destes animais, pelo que serão criadas as condições para reverter a situação.
Para dar respostas a esta situação, disse que vão estudar a possibilidade de colocar brigadas, cuja proposta será encaminhada ao administrador.
Canil-Gatil do Oifidi inoperante desde a sua construção
Durante os anos de 2004-2006, o governo do Cunene executou o projecto de construção de um Canil-Gatil , localizado em Oifidi , arredores da cidade de Ondjiva, que nunca chegou a funcionar, inibindo a recolha de animais vadios .
O projecto que estava na sua fase final, não chegou a ser concluído, e dada a sua inoperância e por falta de guarnição a estrutura encontra-se actualmente vandalizada.
Com capacidade para albergar 20 cães, a infra-estrutura dispunha de jaulas individuais para a retenção de animais, uma farmácia, clínica, pátio para lavagem e tratamento de animais.
A ele estava, igualmente, acoplado um forno para a incineração de animais, na eventualidade de serem abatidos e a uma outra estrutura de apoio administrativo do Canil.
O chefe de serviços de veterinária disse não existir qualquer dado confirmado para o retorno do projecto.FI/LHE/ART