Cuito - O administrador do Cuito, capital da província do Bié, Abel Guerra Paulo, condenou hoje, nesta cidade, a atitude dos pais e encarregados de educação, que têm vindo a orientar os filhos menores a pernoitarem pelas ruas e a pedirem esmolas, com finalidade de sustentarem as famílias.
Em declarações à ANGOP, o responsável sublinhou que a denúncia resulta dos próprios menores, quando são recolhidos pela Administração Local do Estado, sendo que, na maior parte deles, os pais e encarregados de educação têm algum rendimento económico.
Abel Guerra Paulo adiantou ainda que diariamente a Administração do Cuito recolhe mais de dez crianças na rua, que são encaminhados para a Direcção da Acção Social, Família e Igualdade do Género, para serem assistidos.
Para tal, a administração está a promover encontros com a sociedade civil e a comissão de moradores, de modo a reverter-se esta situação, embora reconheça haver dificuldades em nas famílias, agravadas com a crise económica e financeira que o país enfrenta.
Em Maio último, o conselho da família do Cuito já havia recomendado às autoridades locais a criarem políticas de maior protecção às crianças de rua, como forma de se fazer cumprir os onze compromissos dos petizes.
Segundo este órgão, a presença de crianças na rua, na condição de pedintes, tem vindo a crescer nos últimos tempos, por isso, os participantes defendem a formulação de medidas para maior controlo dos petizes, que, na sua maioria, fogem dos seus encarregados por maus-tratos.
O município do Cuito conta com uma população acima de 500 mil habitantes, na sua maioria é camponesa.