Mbanza Kongo - Alunos do II Ciclo do ensino secundário em Mbanza Kongo, província do Zaire, revelaram pouco conhecimento sobre o significado do 4 de Fevereiro, Dia do Início da Luta Armada de Libertação Nacional.
Discentes da 10ª a 12ª classe responderam com reservas ao serem questionados sobre o significado da data, local do acontecimento, seus protagonistas e o impacto que teve para a trajectória da luta que culminou com a proclamação da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975.
A aluna da 10ª classe, Isabel Pedro, 18 anos de idade, apesar de responder sobre o significado e o motivo, mostrou-se, entretanto, confusa, sobre as principais figuras que estiveram envolvidas e o rumo que a luta teve após esta gesta.
Eduardo Castelo, 20 anos de idade estudante da 12ª classe, desconhece o ano em que se deu o levantamento do 4 de Fevereiro e o local, embora afirme que foi o marco para a libertação do país do jugo colonial português.
Por sua vez, Manuel Cardoso Suares, aluno da 12ª classe, pouco sabe sobre o que realmente aconteceu no dia 4 de Fevereiro, referindo apenas que foi uma acção de um grupo de nacionalistas que queriam libertar seus companheiros da cadeia de São Paulo, em Luanda.
Gabriela Samuel, também aluna da 12ª classe, acertou muitas das questões, mas pecou ao mostrar pouco domínio sobre os momentos que antecederam o 4 de Fevereiro, os meios utilizados pelos nacionalistas e os nomes mais sonantes que participaram do assalto.
Na opinião da professora, Maria Fineza André, o pouco conhecimento sobre datas históricas nacionais, por parte dos alunos, deve-se à ausência de uma informação detalhada sobre essa matéria nos manuais do ensino de base.
“Os manuais escolares deveriam debruçar-se mais acerca das datas históricas do país, e não lembrar-se delas apenas em datas festivas”, defendeu, para quem muitos alunos são chamados a celebrar as efemérides sem conhecerem o seu verdadeiro significado.
Para si, o 04 de Fevereiro de 1961, representa um marco de extrema importância para a história de Angola, por estar ligado a factos que, pela sua dimensão, determinaram o rumo da trajectória da luta pela liberdade e independência dos angolanos.
Para além de sugerir a inclusão da história do país nos manuais escolares, a também coordenadora da Associação da Mulher Professora no Zaire apelou aos pais e encarregados de educação a servirem também de transmissores dos conhecimentos históricos aos seus educandos.
“ Os pais são as nossas fontes orais com as quais devemos contar, também, para beber um pouco do nosso passado histórico”, disse.
O país assinala, nesta quinta-feira, o 60º aniversário do início da luta armada de libertação nacional.
A 4 de Fevereiro de 1961, um grupo de homens determinados, liderados por Neves Bendinha, Paiva Domingos da Silva, Domingos Manuel Mateus, Imperial Santana e Virgílio Sotto Mayor, desencadeou aquele ataque conjunto em Luanda. O objectivo era libertar os presos políticos que se encontravam nas cadeias, acusados pelas autoridades coloniais de actividades subversivas.
Esta luta culminou com a proclamação da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975.
