Luanda – O pesquisador angolano Emanuel Fernando Zeferino defendeu, em entrevista à ANGOP, que o Governo angolano deve investir fortemente num sistema de gestão de resíduos.
“Se não investirmos nisso, poderemos construir quantos hospitais quisermos, não teremos capacidade, porque, na dinâmica da saúde pública, precisamos de encontrar um equilíbrio entre a gestão de resíduos e os hospitais”, disse.
Emanuel Zeferino sublinhou que um país com um bom sistema de gestão de resíduos terá menos doenças e, por conseguinte, menos despesas nos sistemas de saúde.
Para o caso específico da capital, o especialista afirma que o problema de Luanda não consiste em adjudicar um concurso a uma empresa gestora de resíduos, mas sim partir para soluções sustentáveis.
“Luanda precisa de encomendar um estudo de pesquisa para as melhores soluções em sistemas de gestão de resíduos, que vão não só responder às suas necessidades de hoje, mas também às futuras”, sublinhou.
Para o entrevistado, a questão dos resíduos sólidos não é uma doença crónica, com a qual os angolanos terão de viver para sempre.
“Se dermos o passo certo, iremos curar as nossas feridas, ou seja, iremos sair vitoriosos”, diz Emanuel Zeferino.
Na entrevista, que a ANGOP publica integralmente, o pesquisador-assistente no Centro de Pesquisas de Manufacturação Avançada da Universidade Tecnológica de Tshwane, na África do Sul, discorre, também, por outros assuntos de interesse, ligadas às suas pesquisas.
Segundo afirma, “os angolanos, em geral, não sonham em ser pesquisadores, porque não conhecem ninguém que tenha feito uma carreira de sucesso e seja conhecido apenas por isso”.
Emanuel Zeferino diz que “Angola não investe muito em pesquisas, o que torna o campo menos atraente para as pessoas”.
Quanto ao estado de desenvolvimento da Engenharia Industrial em Angola, Emanuel Zacarias afirma que “ainda é precário”, embora diga saber da existência de pessoas com “grande empenho em fazer de Angola um dos países líderes na área da Engenharia Industrial no continente”.
“Em termos de indústria, a situação é ainda pior, uma vez que são poucas as empresas que aplicam os princípios da Engenharia Industrial, seja na indústria de transformação ou de serviços”, afirma.