Angola eleva-se na prevenção de conflitos em África

     Sociedade           
  • Luanda     Terça, 21 Novembro De 2023    08h33  
Uma panorâmica da Marginal de Luanda
Uma panorâmica da Marginal de Luanda
Tarcísio Vilela - ANGOP

Luanda - A contribuição de Angola em prol da prevenção, gestão e resolução de conflitos, com base na sua experiência de construção da paz e reconciliação nacional, é cada vez mais notória, nos últimos anos, em particular em África.

Por Valentim de Carvalho, jornalista da ANGOP

A experiência do país em matérias do género é reconhecida a vários níveis e tem sido   fundamental, sobretudo, em acções ligadas à pacificação da Região dos Grandes Lagos e em missões de manutenção de paz a nível regional.

Enquanto presidente da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), Angola registou várias iniciativas diplomáticas de realce, a exemplo da integração nos esforços para a paz duradoura em Moçambique.

Do mesmo modo, as autoridades angolanas têm sido bastante activas na busca da inclusão e estabilidade política na República Centro-Africana (RCA), bem como na mediação no conflito entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda.

O seu engajamento nesta missão, com primazia para o diálogo, dá suporte a uma posição de parceiro político a ter em conta para a concertação e resolução em matérias de gestão de conflitos, tornando o país numa “placa giratória” em prol da pacificação.

Aliás, não é por acaso que o Presidente da República, João Lourenço, foi distinguido, no ano transacto, com o título de campeão da paz e reconciliação no continente, pela União Africana (UA), distinção que valoriza o seu empenho pessoal e o grande esforço de Angola em prol da construção de um continente mais pacificado.

Reconhecimento além-fronteiras

Na verdade, o papel desempenhado por Angola no processo de estabilização política tem merecido também a atenção noutras geografias do mundo, fora do continente.

Recentemente, o país foi referenciado de forma transcendental, tendo o então líder cessante da União Inter-parlamentar (UIP), o português Duarte Pacheco, enaltecido a experiência do Governo angolano no alcance da paz efectiva, após longos anos de conflito, e apelado a outros Estados do mundo para seguirem o exemplo de Angola.

O membro da maior tribuna parlamentar a nível do mundo falava por ocasião da 147ª Assembleia-Geral da UIP, que Luanda acolheu, em Outubro último, sob o lema “acção parlamentar em prol da paz, justiça e instituições fortes”, da qual participaram mais de mil deputados, incluindo alguns presidentes dos 179 parlamentos desta organização.

O parlamentar elogiou a forma como os angolanos souberam conduzir o seu processo, ao ponto de alcançar e selar definitivamente a paz e reconciliação nacional, que já duram mais de duas décadas, e augurou que nações em guerras a nível do mundo e ou povos em conflitos, de um mesmo país, cedo cheguem a entendimento, encontrando soluções político-diplomática duradouras.

Reforço da cultura de paz  

Entretanto, a contribuição de Angola ocorre numa altura em que, infelizmente, África continua a enfrentar sérios desafios de segurança, com conflitos permanentes, propagação do terrorismo, actos de mudanças inconstitucionais de governos, consequentes riscos de crises humanitárias e violação dos direitos humanos.

Para criar novas plataformas de entendimento e reforçar a mensagem da necessidade de tornar o mundo, em particular o continente, mais pacificado, Angola acolhe, pela terceira vez, o Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz - Bienal de Luanda 2023.

Trata-se, pois, de um espaço para abordagem abrangente sobre a questão da prevenção da violência e da resolução de conflitos, além da análise de temas ligados à educação, ciência, economia e alterações climáticas.

Durante três dias (22 a 24), centenas de participantes procurarão explorar esta plataforma como meio privilegiado para reflexão e entendimento sobre os principais caminhos a seguir para alcançar a paz e a reconciliação, bem como gerir e resolver problemas, tendo em vista a estabilidade e o desenvolvimento do continente.

Representantes de Governos, da sociedade civil, comunidade artística, científica e membros de organismos internacionais têm como denominador comum, para um encontro que se pretende o mais consensual possível, o incentivo ao intercâmbio cultural, ao diálogo entre gerações e à promoção da igualdade de género.

O evento, co-organizado pelo Governo de Angola, a União Africana (UA) e a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), visa promover acções que contribuam para o fortalecimento do movimento Pan-africano e a manutenção de uma cultura de paz e não-violência no continente e no mundo.

Os seus objectivos estão “ancorados” nas aspirações da União Africana, isto é, no compromisso de garantir uma África integrada, pacífica e próspera, em que os seus filhos assumam uma posição solidária nos processos de transformação económica e social em curso.

O fórum contará seis painéis, que abordarão os temas “jovens, actores na promoção da cultura de paz e transformações sociais do continente”, “tecnologia e educação como ferramentas para alcançar a igualdade de género”, “o papel da mulher nos processos de paz, segurança e desenvolvimento”e “o processo de transformação dos sistemas educativos: práticas inovadoras e financiamento no contexto africano”.

A agenda reserva ainda matérias relacionadas com “os desafios e oportunidades da integração do continente africano e as perspectivas de crescimento económico” e “alterações climáticas: desafios éticos, impactos, adaptação e vulnerabilidade”.

Quanto à cultura, prevê-se para o terceiro e último dia da Bienal visitas a museus e outros lugares históricos, com destaque para o Memorial Agostinho Neto, Palácio de Ferro e os museus nacionais de Antropologia e de História Militar. VC/VIC/VM





Fotos em destaque

SODIAM arrecada USD 17 milhões em leilão de diamantes

SODIAM arrecada USD 17 milhões em leilão de diamantes

Sábado, 20 Abril De 2024   12h56

Fazenda colhe mil toneladas de semente de milho melhorada na Huíla

Fazenda colhe mil toneladas de semente de milho melhorada na Huíla

Sábado, 20 Abril De 2024   12h48

Huambo com 591 áreas livres da contaminação de minas

Huambo com 591 áreas livres da contaminação de minas

Sábado, 20 Abril De 2024   12h44

Cunene com 44 monumentos e sítios históricos por classificar

Cunene com 44 monumentos e sítios históricos por classificar

Sábado, 20 Abril De 2024   12h41

Comuna do Terreiro (Cuanza-Norte) conta com orçamento próprio

Comuna do Terreiro (Cuanza-Norte) conta com orçamento próprio

Sábado, 20 Abril De 2024   12h23

Exploração ilegal de madeira Mussivi considerada “muito crítica”

Exploração ilegal de madeira Mussivi considerada “muito crítica”

Sábado, 20 Abril De 2024   12h19

Hospital de Cabinda realiza mais de três mil cirurgias de média e alta complexidade

Hospital de Cabinda realiza mais de três mil cirurgias de média e alta complexidade

Sábado, 20 Abril De 2024   12h16

Camacupa celebra 55 anos focado no desenvolvimento socioeconómico

Camacupa celebra 55 anos focado no desenvolvimento socioeconómico

Sábado, 20 Abril De 2024   12h10

Projecto "MOSAP 3" forma extensionistas para escolas de campo em todo país

Projecto "MOSAP 3" forma extensionistas para escolas de campo em todo país

Sábado, 20 Abril De 2024   12h05

Comunidade do Lifune (Bengo) beneficia de biofiltros

Comunidade do Lifune (Bengo) beneficia de biofiltros

Sábado, 20 Abril De 2024   11h58


+