Ondjiva - O representante da delegação de angolanos residentes na diáspora, João Manuel Nambalo, destacou a implementação de vários projectos no Cunene que visam a reconstrução e desenvolvimento da província.
Falando sexta-feira num encontro com o governo do Cunene, no âmbito de uma visita de dois dias à província, o responsável disse estarem orgulhosos em testemunhar as infra-estruturas de impacto, algumas ainda em fase de construção.
Ressaltou que o país está em fase de desenvolvimento, tendo enaltecido o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) que prioriza, entre outras, a construção de infraestruturas do sector social.
Por seu turno, a coordenadora da delegação de angolanos residentes na Bélgica e Luxemburgo, Ana Cristina Feijó, enalteceu a construção do Hospital de Ondjiva, em fase de conclusão, cujo projecto constitui símbolo de vitória.
“O Cunene é uma província que foi destruída em período de guerra e que aos poucos está a reerguer-se dos escombros. Esta unidade hospitalar é uma amostra de progresso”, sustentou.
Por seu turno, a governadora do Cunene, Gerdina Didalelwa, fez uma radiografia social, económica e histórica da província, que durante longos anos de conflito armado foi destruída.
Acrescentou que o Cunene é a província mais sacrificada, por ser uma região fronteiriça que serviu de porta para as invasões sul-africanas que reduziu em cinzas, naquele período, as infra-estruturas existentes na cidade de Ondjiva, capital do Cunene.
Durante este processo, esclareceu que o aparelho administrativo foi obrigado a abandonar a província para se instalar na Huíla, permanecendo 10 anos na Castanheira de Pêra, município da Matala.
Entretanto, realçou que com o alcance da paz no país, a 4 de Abril de 2002, com o esforço e coragem o governo foi construído diferentes infra-estruturas, no âmbito do processo de reconstrução nacional.
Noutra vertente, realçou que o Cunene é uma região caracterizada por períodos cíclicos de seca, devido a influência dos desertos de Calahari e Namibe, e que, para ultrapassar a problemática que perdurava longos anos, o Executivo elaborou um programa de combate aos efeitos da seca no sul de Angola.
Deste programa, a governante sublinhou a construção do canal do Cafu, com 165 quilómetros de extensão e 30 chimpacas, inaugurado a 4 de Abril de 2022, que está a beneficiar 235 mil pessoas e 250 mil animais.
Gerdina Didalelwa realçou ainda a construção da barragem de Ndue e o seu canal associado, cujo projecto engloba uma barragem de terra com 26 metros de altura e com o volume de armazenamento de 145 milhões de metros cúbicos de água.
Disse que a mesma vai satisfazer as necessidades domésticas a 55 mil pessoas e 60 mil animais, assim como a irrigação de uma área de nove mil e 200 hectares.
Apontou ainda as obras da barragem de Calucuve e canal associado de 19 metros de altura em benefício de 81 mil pessoas e 182 mil animais, assim como a irrigação de dois mil e 600 hectares
Ressaltou igualmente os projectos estruturantes da margem direita do rio Cunene, mormente a barragem da Cova do Leão e do sistema de abastecimento de Otchinjau, de Oncocua e Chitado, assim como a abertura de chafarizes, que vão solucionar grande parte de um dos principais problemas que a população enfrenta.
No domínio habitacional, enfatizou a construção da centralidade Dom Fernando Kevano, com mil apartamentos, estando na primeira fase 484 habitações já habitadas, as obras do Hospital Geral de Ondjiva, a ser inaugurada no presente ano.
Para além destes grandes projectos, sustentou que no âmbito do PIIM, a província concebeu 118 projectos, destes 79, já concluídos, correspondendo a 80 porcento do grau de execução.
A delegação constituída por 33 angolanos oriundos de diferentes países de África, Europa, Ásia e América, visitou os escombros do antigo comissariado do governo do Cunene, estátua do Rei Mandume Ya Ndemufayo e a centralidade Dom Fernando Kevano.
A delegação deixa a província no domingo.FI/LHE/OHA