Huambo- Pelo menos 87 mil órfãos e seis mil viúvas vulneráveis de oito, das 18 províncias do país, foram apoiadas em dois anos, com bens económicos diversos e cursos profissionais de Enfermagem, soube a ANGOP.
Trata-se de uma iniciativa da organização não-governamental nacional de Protecção de Apoio aos Órfãos e Viúvas de Angola (AORFIMM) que procura reforçar a cooperação económica com o Ministério da Cultura, para a consolidação dos projectos e a implementação de programas concretos de combate à pobreza.
Na ocasião, o presidente desta organização, José Faria Chivinda, disse que a instituição promove projectos sustentáveis agrícolas e apoios para a formação profissional nos cursos de Enfermagem, com o objectivo de aliviar os problemas sociais nas comunidades.
Informou que a AORFIMM tem disponíveis perto de cinco mil hectares de terras aráveis controladas pelas cooperativas comunitárias, para o fomento produtivo de milho, feijão, soja, trigo, girassol, amendoim, massambala , hortícolas e frutícolas diversas para assistir com bens económicos os órfãos e viúvas vulneráveis.
Lembrou que tem parcerias com as instituições do ensino médio e superior para a formação gratuita dos órfãos, sobretudo, na área de Enfermagem, com vista a gerar empregos sem depender dos concursos públicos, numa estratégia voltada para a melhoria das condições de vida deste segmento social.
Disse terem sido encaminhados um total de 700 órfãos em várias instituições do ensino geral e universitário, sendo que perto 15 ingressam pela primeira vez no ensino superior na condição de bolseiros da organização.
Neste sentido, José Faria Chivinda adiantou que a organização deu início nas comunidades do Ussolo e Sacaala, ambas na periferia da cidade do Huambo, ao Inventário orfanológico obrigatório ou facultativo, para além do projecto “Minha Casa, Minha Horta”, este último que consiste na minimização de custos com fertilizantes e enriquecimentos de solos com húmus natural.
Explicou que o Inventário orfanológico obrigatório ou facultativo visa, essencialmente, proteger as crianças órfãs e viúvas, em caso de briga pela herança.
Disse que a organização não-governamental em fase de expansão no país, vai trabalhar com o Ministério da Cultura para uma maior abrangência e alargamento do projecto em busca do bem-estar das famílias vulneráveis.
Por sua vez, o director nacional para as Comunidades e Poder Tradicional, Albano Sambo Kufuna, satisfeito com o Inventário orfanológico obrigatório ou facultativo, disse que procurou constatar no terreno os programas sociais da organização, para que o Ministério da Cultura ajude no que for possível.
A viúva Graciete Maria Filipe disse ser impossível cultivar sem fertilizantes e a aquisição de semente está a tornar, cada vez mais difícil, em consequência da inflação dos preços nos mercados informais.
Cecilia Nassimo, outra viúva, lamentou o facto de lhe terem recebido todos os bens depois da morte do morrido, tendo, por esta razão, solicitado mais apoios para continuar a sustentar os filhos que atravessam situações difíceis.
Imaculada Kanene, orfão de pai, disse precisar de incentivos agrícolas para o reforço produtivo, numa altura em que suporta todas as despesas de casa.
O início do Inventário orfanológico obrigatório ou facultativo foi antecipado pela colocação da primeira pedra para a construção do futuro mercado comunitário, para apoiar os órfãos e viúvas da província do Huambo.
A organização não-governamental nacional de Protecção de Apoio de Orfãos e Viúvas de Angola foi constituída em 2015 na província do Huambo. LT/JSV/ALH