Huambo – Os moradores dos bairros Sassonde II e III, arredores da cidade do Huambo, mostraram-se hoje, quarta-feira, preocupados com a progressão da ravina que ameaça destruir infra-estruturas públicas e várias habitações.
A progressão da erosão no rio Kamaningã, com três quilómetros de extensão e 12 metros de profundidade, ameaça engolir ainda parte do perímetro do aeroporto Albano Machado, para além de estar a escassos metros de destruir várias residências, em consequência das enxurradas que caem diariamente sobre a região.
Segundo constatou a ANGOP no local, duas casas desabaram na semana passada, enquanto outras, principalmente feitas com adobes e chapas de zinco, podem ser “engolidas” a qualquer momento.
Em declarações no local, Vitória Castro, moradora do bairro Sassonde II, disse que parte dos habitantes perdeu “o sono”, desde 2016, com a progressão da erosão, resultante da exploração anárquica de areia, a partir do rio Kamaningã.
Informou que alguns moradores tiveram que abandonar as suas residências, devido o perigo que se vai alastrando a cada dia.
António Tomé, outro morador do bairro, fez saber que alguns habitantes chegaram a contribuir, em 2021, perto de KZ 120 mil, a razão de cinco mil Kwanzas/cada, que serviu para compra de cimento, pedras, varões e capim elefante, para conter temporariamente a erosão.
Nesta conformidade, solicitou a intervenção urgente das autoridades para a contenção da ravina.
Em resposta, o administrador adjunto do município do Huambo para os serviços Técnico e Infra-estruturas, Marcos da Silva, disse estarem a trabalhar com o Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA), para estancar, dentro de pouco tempo, a erosão.
Informou que os meios a serem usados para a contenção das ravinas estão, neste momento, a ser utilizados para a terraplenagem dos bairros da Camussamba e São Luís.
Paralelamente, disse, a Administração Municipal está a trabalhar com o Instituto de Desenvolvimento Florestal na plantação de árvores na margem da ravina.
Para além desta, segundo o responsável, o município do Huambo possui outras ravinas no bairro São Luís, na Centralidade do Lossambo e na comuna da Chipipa, esta última que ameaça destruir parte da Estrada Nacional 120.
Por esse facto, Marcos da Silva desencorajou a construção em zonas de risco.
O nome Sassonde, subdividido em três áreas (Sassonde I, surgido em 1940, enquanto o II e III a partir de 2009), provém do facto de, no passado, existir naquela área muitas formigas gigantes, conhecidas por bissonde, que na língua nacional umbundo chamam-se issonde, vocábulo que evoluiu para Sassonde.