Benguela – Trinta e oito acidentes de trabalho, dos quais resultaram três vítimas mortais, foram notificados em 2023 pela Inspecção Geral do Trabalho (IGT) na província de Benguela, em diversos sectores, soube esta terça-feira a ANGOP.
A informação foi avançada pela chefe dos Serviços Provinciais de Benguela da Inspecção Geral do Trabalho, Dulce Livongue, referindo que, das estatísticas de 2023, constam 33 acidentes de trabalho leves, um grave e o registo de três vítimas mortais no sector da Construção Civil.
Além da Construção Civil, com 18 casos notificados, Dulce Livongue aponta, ainda, os sectores da Energia e Águas (2), Transportes (16) e Indústria (2), como os mais afectados, sendo a faixa etária dos trabalhadores acidentados entre 20 e 59 anos.
Em comparação com o ano de 2022, adiantou que o número de acidentes de trabalho foi maior, num total de 49, sendo três fatais, sete graves e 39 leves, com os Transportes a liderar as estatísticas, com 31 casos, incluindo as três mortes.
A Indústria, com três acidentes de trabalho, Energia, com cinco, dos quais dois graves e três ligeiros, o Comércio, com um grave, e a Construção, com nove sinistros, completam a lista dos 49 casos notificados durante o ano de 2022, segundo a fonte.
A responsável também revelou os dados do primeiro trimestre de 2024, com 14 acidentes de trabalho, dos quais três graves e 11 ligeiros, não havendo registo de vítimas mortais, com realce para a Indústria, com sete casos, Transportes, seis, e a Construção, com um.
Se comparado com o igual período de 2023, Dulce Livongue, que falava em alusão ao Dia Mundial da Segurança no Trabalho em memória às vítimas de acidentes e doenças laborais, a assinalar-se a 28 de Abril, reportou apenas seis acidentes de trabalho leves.
Para Dulce Livongue, o facto de o número de acidentes desta natureza ter aumentado nos três primeiros meses de 2024 não é, para já, motivo de alarme, isto porque, agora, as empresas já estão a comunicar mais à IGT sobre estas ocorrências.
“Não é que este ano esteja a ocorrer mais acidentes de trabalho, mas (tão-somente) porque a informação está a ser levada a cabo pelas empresas à IGT”, esclarece, frisando, no entanto, que há muitas empresas que ainda não fazem o registo dos acidentes ocorridos e a sua comunicação às autoridades.
Por outro lado, apela às empresas que cumpram com as normas de segurança, higiene e saúde no trabalho, de modo a evitar acidentes envolvendo trabalhadores, alguns dos quais fatais.
“Se as empresas cumprissem as normas de segurança no trabalho, muitos destes acidentes teriam sido evitados”, frisou, garantido que a Inspecção Geral do Trabalho iria tudo fazer para que as entidades empregadoras mudem de postura. JH/CRB