Cuito – As avenidas e ruas da cidade do Cuito, província do Bié, começaram a ganhar, nos últimos dias, uma novo colorido que desperta centenas de automobilistas e peões, como resultado das obras arte “cravadas” nos principais edifícios.
Trata-se de obras produzidas por jovens locais, com grafites que apela para ética e à moral, no âmbito das comemorações dos 91 anos da ascensão da capital da província do Cuito à categoria de cidade, que se assinalam a 31 de Agosto próximo.
Em declarações hoje, terca-feira, à ANGOP, o coordenador dos artistas plásticos no Bié, Joaquim Miguel Vitangui, disse tratar-se de uma iniciativa da Administração do município do Cuito, que conta com o envolvimento de 20 artistas, entre desenhadores e pintores.
Acrescentou que a empreitada vai abranger todos os muros das instituições públicas, onde poderão ser colocados imagens que ilustram todos os monumentos e sítios, desta província, considerados património Histórico Nacional
Trata-se do Centro Geodésico de Angola (Camacupa), Cadeia de Capolo, Missão Católica da Chanhora (Cuito), Missão Evangélica de Chissamba (Catabola), Embala Tchitembo Tchalaza e a Missão Católica de Michenje (Chitembo).
No total, a província do Bié conta com 169 monumentos e sítios, na sua maioria degradados.
Em 2022, foram elevados à Património Histórico-Cultural Nacional a Missão Evangélica de Camundongo da IECA”e o Cemitério Monumento do Cuito, que se juntam aos edifícios dos Correios, Quartel dos Dragões (4ª Divisão das Forças Armadas Angolanas), Embala Ekovongo (Cuito) e as missões evangélica de Chilesso e Católica de Chicumbi, no município do Andulo.
Por isso, o responsável disse que o projecto vai ilustrar, igualmente, desenhos que apelam contra a violência doméstica, vandalização dos bens públicos, sinistralidade rodoviária e de incentivo ao combate às drogas.
Entretanto, o pintor solicitou a criação de uma galeria nesta região, para a exposição das obras de arte, com o objectivo de trazer maior valorização e reconhecimento ao trabalho dos artistas locais.
Referiu que o Bié já necessita, com urgência, de um espaço para exposição, a julgar pelo número de cidadãos que ganharam o gosto pelas artes plásticas, pois, neste momento, cada artista, a título individual, expõe seus trabalhos nas paredes, as vezes mesmo no chão.
Esta realidade, segundo Quim Vitangui, retira a devida importância dos quadros pintados em tela, bem como desvaloriza a criatividade dos pintores.
Actualmente, a província controla 35 artistas plásticos.
Breve resumo histórico da cidade do Cuito
Reza a história que o distrito do Bié foi fundado em 1922, século VXIII, por Vié, caçador de elefantes de origem Umbi, que depois de se instalar na região de Belmonte tornou-se o soberano da região.
Vié veio a chamar-se mais tarde de vila de Silva Porto, actual cidade do Cuito.
A Vila de Silva Porto, segundo fontes escritas, foi elevada à categoria de cidade pelo diploma legislativo nº 740, de 31 de Agosto de 1935, sob proposta dos habitantes, por ser uma região onde iniciaram as campanhas de penetração portuguesa com destino ao leste de Angola.
Com uma extensão de quatro mil 814 quilómetros quadrados, o município do Cuito, um dos nove que compõe a província do Bié, situado no Planalto Central de Angola, a 82 quilómetros do Centro Geodésico do país, Camacupa, possui uma população estima em mais de 800 mil habitantes, distribuídos pelas comunas Cambundua, Chicala, Cunje, Trumba e Sede.
A cidade do Cuito é habitada por vários grupos etnolinguísticos, sendo a maior parte ovimbundos e outros em menor quantidade como os ovinganguelas, tchokwe e songos. LB/BAN/ALH
