Bié - Os municípios do Andulo e Catabola, na província do Bié, celebram, esta quinta-feira, 52 e 59 anos, desde que foram elevados às categorias de cidade, em 1971 e 1964, respectivamente.
Para comemorar as datas, decorrem várias actividades culturais, desportivas, políticas, recreativas, para de além da feira de gastronómica, exposições de produtos agrícolas, inaugurações de vários empreendimentos, entre outras.
Para o efeito, o governador do Bié, Pereira Alfredo, decretou tolerância de ponto para as municipalidades do Andulo e da Catabola.
No município do Andulo, a 130 quilómetros a Norte da cidade do Cuito, sede da província do Bié, o governo e parceiros sociais apostaram na implementação de projectos, essencialmente, com a implementação do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
Actualmente, o PIIM no Andulo, comporta 22 projectos e nove acções, que já consumiu mais de dois mil milhões de kwanzas em projectos e acções nos sectores da educação, saúde, estradas, saneamento básico e outros.
Entre os empreendimentos, o ganhou o Instituto Técnico de Saúde com 12 salas de aula, escolas de 12 e sete salas de aula, totalizando 182 salas, que albergam nove mil alunos.
O sector da educação conta com 89 escolas, num total de 702 salas de aula.
Para a saúde, permitiu reabilitação e apetrecho do Centro Materno Infantil reforçado de 30 para 84 camas para internamento, aquisição de quatro ambulâncias entre outros serviços.
Até à presente data, o município controla 38 unidades sanitárias, sendo três hospitais, um Centro materno-infantil, outro de tratamento da tuberculose e 33 postos de saúde.
Foram, ainda, reabilitados um jardim e recuperados mais de dois quilómetros de passeios de algumas ruas na sede do município do Andulo e o edifício da Administração Local do Estado.
Com mais de 400 postos de emprego gerados, possibilitou a reabilitação do edifício do Centro de Produção Radiofónico da “RNA” e dos gabinetes de correspondência da ANGOP, Edições Novembro e da TPA.
De igual modo, foram adquiridos tractores, camiões e outros meios para o melhoramento do saneamento básico nas comunas.
Em declarações à ANGOP, a administradora do Andulo, Celeste Adolfo Elavoko, considera como maior desafio das autoridades locais, resolver os problemas da população, sobretudo, a melhoria da distribuição de água potável e de energia eléctrica.
Para tal, defendeu a construção de um novo sistema de abastecimento de água potável, pois o actual já não corresponde à densidade populacional da sede municipal estimada em mais 100 mil habitantes.
O antigo sistema de abastecimento de água tem apenas a capacidade de bombear 50 metros cúbicos/hora e executar mil e 400 metros cúbicos, com uma extensão de cinco mil quilómetros e 340 metros de um reservatório com capacidade para 60 metros cúbicos.
Por sua vez, o governador do Bié, Pereira Alfredo, explicou que o Executivo angolano tem em carteira, para 2023/2027, novas acções, com vista a desenvolver o município do Andulo e, sobretudo, melhorar as condições de vida das famílias.
Limita-se a Norte com a província de Malanje, através do rio Cuanza a Sul, com os municípios do Cunhinga e a Leste com Nhârea (Bié), a Sudoeste com os municípios do Mungo e Bailundo (Huambo) e a Noroeste com o Mussende e Kibala (Cuanza Sul), respectivamente.
A população, maioritariamente camponesa, dedica-se à cultura de milho, trigo, arroz, tubérculos, ginguba e café arábica, gergelim, feijão manteiga e feijão-frade, citrinos, assim como a pesca artesanal e a criação de gado.
Breve historial do Andulo
O município tem uma população estimada em mais de 300 mil habitantes, com uma densidade demográfica de 39 habitantes por quilómetro quadrado.
A sua estrutura administrativa é composta por três comunas, 27 bairros, 57 povoações, 583 aldeias e 53 Embalas.
Segundo a tradição oral, havia no Libolo, numa altura que só o estudo aturado e encontrado na avaliação das gerações (uma geração mais ou menos correspondente a 20/25 anos), um homem chamado Ngonge, pai de quatro filhos varões, Ukungu, Atende, Ndala e Mbomba.
Os quatro irmãos eram exímios caçadores de elefantes, seguindo as pegadas de elefantes chegaram às margens do rio Cutato e tendo-o atravessado, atingiram a área actual do Chivaúlo (Andulo).
A origem etnolinguística dos seus habitante é o Umbundu, seguido pelos Kimbundu.
O nome do município teve origem num caçador (Chikolongonjo), hábil diplomata que conseguiu estabelecer grandes amizades com os nativos.
A sua morte, resultante de uma picada de cobra, provocou grande desgosto à população, o que levou a substituição do nome Chikolongonjo para Ndulo, que na língua local Umbundu, significa (algo que amarga, ruim, dor).
Ndulo, também, foi o nome da Embala mais antiga a Norte da província do Bié, fundada por Ngola Kiluange, vindo de Pungo Andongo (Malanje).
Catabola festejam 59 anos de existência
O município de Catabola, outro dos nove que compoe a província do Bié, fundado em 1820 por portugueses vindos de Lisboa: Contreiras e Pessoa Guimarães, Eduardo Cachuco, Castelo e Dinis, este último apelidado naquela altura por (Capiniñi), ex-vila de Nova Sintra, era assim chamada até o ano de 1975.
Tem uma superfície de três mil 28 quilómetros quadrados, com aproximadamente 225 mil habitantes, distribuídos em cinco comunas (Chiúca, Caiúera, Sande, Chipeta e Sede), para além de sete povoações e 262 aldeias.
O município de Catabola, que faz fronteira a Leste com o Camacupa e a Nordeste com Cunhinga e Cuito, possui um relevo planáltico que favorece o cultivo de todo o tipo de culturas, partindo desde os cereais às hortícolas, tubérculos e outros.
A região é muito rica em fauna selvagem, com particular destaque para os hipopótamos, elefantes, antílopes, crocodilos, onças, leões e javali, potencial que no futuro poderá influência no alavancar do turismo.
A produção do feijão manteiga, com uma colheita estimada em 400 mil toneladas por ano, constitui a bandeira e símbolo da região.
Cultiva-se ainda o milho, feijão, mandioca, soja, batata-doce, café arábica, hortaliças diversas e arroz, este último em pequenas quantidades).
Relativamente à cultura (danças tradicionais) todas as tribos têm na Chianda (palhaços masculinos e femininos) denominados Caviulas como a mais apreciada.
Predomina as línguas Umbundu, Nganguela, Chokue, Luimbi, Songo, e o Português, a língua oficial que serve de ligação entre os povos.
O município de Catabola, possui mais de 20 unidades sanitárias e acima de 200 instituições escolares. JEC/BAN/ALH