Huambo – O politólogo Almeida Henriques afirmou, esta terça-feira, que a III edição da Bienal de Luanda reflecte o desejo de Angola com a promoção da cultura de paz, ao se tornar no epicentro dos debates sobre a resolução de conflitos em África.
O analista político falava à ANGOP, sobre o evento, a decorrer de 22 a 24 do corrente mês, na capital angolana, como plataforma de implementação do "Plano de Acção para uma Cultura de Paz em África/Actuemos pela paz", adoptado em Março de 2013, em Luanda, no Fórum Pan-Africano "Fontes e Recursos para uma Cultura de Paz".
Almeida Henriques disse que a Bienal de Luanda tem como objectivo promover a prevenção da violência e dos conflitos, através do intercâmbio cultural, entre os países africanos e o diálogo inter-geracional, tendo este ano como lema “Educação, Cultura de Paz e Cidadania Africana como Ferramentas para o Desenvolvimento do Continente”.
Conforme o politólogo, a iniciativa da República de Angola, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e a União Africana, reflecte o compromisso do Governo angolano com a promoção da paz no continente “Berço da Humanidade”.
Trata-se, disse, de um evento que vai fazer com que o mundo continue a destacar o reconhecido mérito político-diplomático a nível regional, continental e internacional de Angola, fruto da capacidade de influenciar a agenda das relações internacionais em matérias ligadas às questões de paz e segurança.
Para o analista político a Bienal de Luanda vem reconfirmar o compromisso da República de Angola com a paz mundial e em África, em particular, para além do reconhecimento dos esforços do Governo angolano na luta pela resolução, mediação dos conflitos e pacificação do continente.
Almeida Henriques afirmou ter sido esta razão que o Presidente da República, João Lourenço, foi condecorado em Maio de 2022, com o título de Campeão da Paz e da Reconciliação em África.
Realçou que a Bienal constitui uma plataforma privilegiada de intercâmbio, entre diferentes culturas, religiões e modelos sociais, através de sessões interativas e construtivas para identificar, promover e difundir modelos viáveis e inclusivos de resolução pacífica de conflitos a nível do continente africano, podendo servir como uma referência potencialmente inspiradora para outras regiões do mundo.
Considerou a cultura de paz como sendo oconjunto de valores, atitudes e comportamentos que refletem e inspiram a interacção social e a partilha, com base nos princípios de liberdade, justiça e democracia, todos os direitos humanos, tolerância e solidariedade, que rejeitam a violência e se esforçam para prevenir conflitos, enfrentando suas causas profundas para resolver problemas, através do diálogo e da negociação e que garantem o pleno exercício de todos os direitos e os meios para participar plenamente no processo de desenvolvimento.
Fez saber com que o conceito de cultura de paz nasceu no Congresso Internacional sobre a Paz nas Mentes dos Homens, liderado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em julho de 1989.
Bienal de Luanda, que se realiza em cada dois anos na capital angolana, visa promover a prevenção da violência e a resolução pacífica de conflitos, incentivando a educação, o intercâmbio cultural em África e o diálogo intergeracional.
O evento reúne chefes de Estado e de Governo, representantes de Organizações Internacionais e de Instituições Financeiras do mundo, investidores, comunidades artísticas e científicas, jovens, mulheres e membros da sociedade civil, tendo sido concebido como espaço de reflexão sobre os principais desafios de desenvolvimento sustentável do continente Africano e da importância das artes na consciencialização sobre o valor da cultura da paz, ideias e boas práticas relacionadas com o progresso social e económico no continente. ALH