Caála comemora 53 anos como cidade com olhos postos no futuro

     Sociedade           
  • Huambo     Sábado, 15 Julho De 2023    17h55  
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Vista parcial da Cidade da Caála
Vista parcial da Cidade da Caála
Aurélio Janeiro-ANGOP
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Vista parcial da centralidade Fernando Faustino Muteka - Caála
Vista parcial da centralidade Fernando Faustino Muteka - Caála
Júlio Vilinga

Caála - A cidade da Caála, província do Huambo, completou hoje, sábado, 53 anos desde a sua elevação a esta categoria, com olhos postos no futuro, fruto da implementação do Plano Integração de Intervenção nos Municípios (PIIM).

A localidade ascendeu à categoria de cidade, através da Portaria nº 170011, assinada pelo então governador-geral de Angola, Camilo Augusto Miranda Rebocho Vaz, em 1970.

Volvidos 53 anos de existência como cidade, as autoridades tudo fazem para transformar, a médio prazo, a região num lugar seguro e desenvolvido, em que as pessoas possam viver em melhores condições e orgulhar-se de terem nascido ou passado pela antiga “Rainha do Minho de Angola”.

Comemorações

Para comemorar a efeméride, foram realizadas um conjunto de manifestações políticas, económicas, desportivas e culturais, sendo que o corte do tradicional  bolo gigante decorreu no largo 8 de Janeiro, diante da governadora da província do Huambo, Lotti Nolika.

Antes do corte do bolo, a governadora Lotti Nolika inaugurou oito quilómetros de estradas na periferia da cidade da Caála, cujas obras de resselagem decorreram no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios, tendo, em seguida, orientando a campanha de plantação de árvores ornamentais, para arborização da cidade.

Seguidamente, a governante visitou a feira das potencialidades económicas, promovida com objectivo de mostrar as capacidades agrícolas, pecuárias, tecnologias e industriais, para atrair mais investidores.

Em breves palavras, a governadora Lotti Nolika, que felicitou os citadinos pela comemoração dos 53 anos da ascensão à categoria de cidade, reconheceu os avanços registados pela região em vários dominós da vida socioeconómica.

Ao intervir no acto, o administrador do município da Caála, Rúbem Isaías Etome, disse que as autoridades locais têm feito tudo para, progressivamente, dar reposta de todas as preocupações que assolam a população da Caála.

PIIM dá novo rosto à Caála

O gestor municipal destacou a implementação do Plano Integrado de Intervenções nos Municípios (PIIM) como um dos grandes impulsionadores do desenvolvimento do município da Caála, com uma carteira de 33 projecto, dos quais 24 concluídos e entregues à população.

Trata-se de empreitadas de escolas, requalificação de unidades sanitárias, reabilitação de estradas e outras, para além da aquisição de camiões, máquinas e equipamentos para operacionalização do saneamento básico.

Indicou que a colocação do asfalto em 15 quilómetros de estradas das vias secundárias e terciárias, sendo oito para a sede municipal da Caála, para além da asfaltagem, pela primeira vez, das vilas comunais, da Calenga, Catata e Cuima, elevou, significativamente, a boa imagem do município da localidade.

Segundo o responsável, o PIIM, aliado ao programa de combate à pobreza, consubstanciados na construção de infra-estruturas sociais e rurais, têm tido um impacto inquestionável no dia-a-dia dos cidadãos.

No domínio da saúde, lembrou que o município conta com 34 unidades sanitárias, asseguradas por 642 profissionais, com destaque para 31 médicos, para além de 11 centros privados, dos quais uma clínica universitária.

Disse que o município conta, na vertente educacional, com 95 escolas, quatro das quais privadas, com um universo de 97 mil 761 alunos do ensino primário ao II ciclo, incluindo nos institutos politécnicos e no magistério primário, num total de dois 445 professores.

Caála e os desafios de Rainha do Milho  

Sem apresentar dados, Rubem Isaías Etome disse que as autoridades locais tudo têm feito para redobrar o cultivo dos cereais, com o objectivo de recuperar a mística de “Rainha do Milho de Angola”, para além do trigo e a criação de condições de uma cadeia que vai desde a produção, escoamento, conservação, transformação e venda aos grossistas.

Por esta razão, convidou os empresários do sector agro-pecuário para investirem na municipalidade, por ser detentor de inúmeras potencialidades desde o rico solo, os recursos hídricos e ao desejo imenso da população local em trabalhar a terra, para dela tirar o auto-sustento.

 Indústria, hotelaria e Turismo

Lembrou que o município da Caála possui um Pólo de Desenvolvimento Industrial, onde já se encontram em funcionamento as fábricas de carteiras, colchões, produção de farinha de trigo e preste a produzir fuba de milho e massa alimentar.

Por isso, disse que a Administração da Caála tem feito tudo junto aos órgãos competentes para a criação de condições de energia e água em toda sua extensão, para além de apelar aos empresários no sentido de concorreram para o mesmo.

Relativamente ao sector da hotelaria e turismo, admitiu haver uma insuficiência de investidores nessa área, o qual torna-se, cada vez mais, necessário e exigente, tendo em conta o crescimento da municipalidade em vários domínios.

Próximos desafios

O gestor informou, na ocasião, que as autoridades do município da Caála pretende apostar, nos próximos tempos, na sinalização horizontal e vertical da urbe, plantação de árvores ornamentais e na intensificação da iluminação pública que, ultimamente, tem registado avanços significativos, sobretudo, nos arredores e na periferia.

“A ideia é olhar para frente com algum optimismo, pois os indicadores actuais nos dão algum horizonte de dias melhoras, uma vez que, o compromisso passa em continuar a executar programas que visam aumentar a oferta de serviços sociais básicos, dinamizar projectos estruturantes dos sectores públicos e privados, com o objectivo de tornar a Caála num bom lugar de se viver”, salientou.

História da Caála

A cidade da Caála foi fundada por Antero Gavino do Rego, José Henriques Beira Alta, Gualdino da Cunha Barros e José da Fonseca Monteiro, considerados seus primeiros habitantes.

De acordo com depoimentos históricos, a actual cidade da Caála recebeu os primeiros residentes em 1900, pois, aquando da revolta do Bailundo, em 1902, já se encontravam na localidade os portugueses Gualdinho da Cunha e Antero Gavino do Rego.

Chegada da linha férrea

Em meados de 1912, chegou a linha do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), factor que contribuiu para o desenvolvimento do povoado que, até então, não era mais do que um pequeno acampamento junto de uma antiga aldeia cujo soba se chamava Cahala Mbita, emergindo a partir desta altura como povoação.

A Caála pertenceu à circunscrição do Huambo até 1922, tendo sido integrada, a partir do mesmo ano, na circunscrição do Lépi, criada pelo então governador provincial Norton de Matos.

Em 1929, ainda integrada na circunscrição do Lépi, teve o seu primeiro corpo administrativo denominado Junta Local e, no mesmo ano, foi baptizada de povoação de Robert Williams, por determinação do governo português.

Por portaria sem número de 27 de Outubro de 1934, a circunscrição do Lépi ascendeu à categoria de Conselho da Caála, e, em Outubro de 1956, a sua Junta Local é transformada em comissão municipal. Dez anos depois, o seu corpo administrativo foi elevado à câmara municipal.

A partir do dia 10 de Março de 1970, a vila foi ligada à linha de condução da energia hidroeléctrica do Alto Catumbela, província de Benguela, o que trouxe enumeras possibilidades de desenvolvimento industrial e comercial para a mesma.

Por portaria número 17011 de 15 de Julho de 1970, a Caála foi elevada à categoria de cidade pelo então governador-geral de Angola, tenente-coronel Camilo Augusto de Miranda Rebocho Vaz. ALH





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