Cacula – Pelo menos 786 famílias que viviam em zonas de risco no município da Cacula, na Huíla, começaram, este semestre, a ser transferidas para dois locais mais seguros, onde estão loteadas parcelas de mil metros quadrados destinadas à auto-construção dirigida.
No ano passado, 21 pessoas morreram em consequência de enxurradas, descargas atmosféricas, desabamentos e afogamentos naquele município, pelo que a administração local quer evitar a repetição do fenómeno.
Trata-se de famílias que habitam o bairro “Deolinda Rodrigues”, onde no período de conflito armado se fixaram deslocados de outras zonas da província e do país.
Essas famílias começaram há dois anos a receber da administração municipal 786 de lotes de terra para o seu realojamento, mas até ao momento apenas metade delas aderiu o novo local.
Segundo o administrador municipal-adjunto da Cacula para os serviços técnicos e infra-estruturas e serviços comunitários, Custódio Satiaca, os restantes que insistem em permanecer no local de risco devem abandoná-lo, para evitar novas tragédias, pois as chuvas já estão a portas.
Conforme o responsável, dada a gravidade da situação e a época de chuva em curso, o bairro “Deolinda Rodrigues” já não oferece condições, devido a constantes deslizamentos de terra.
Detalhou que a zona possui um declive acentuado e quando chove criam-se correntezas, dando lugar a erosão, situação agravada pelas construções desordenadas.
Destacou que as novas área estão nos nos bairros “Dr. António Agostinho Neto”, com 296 lotes e o Quatro de Abril com 490, preparados para a auto-construção dirigida, onde estão a ser transferidos os moradores, com a garantia de água potável e energia eléctrica.
O município da Cacula dista a 95 quilómetros a Norte do Lubango. É o mais novo da Huíla, chegando a tal categoria em 2011 e tem uma população estimada em 169 mil, 473 habitantes, de acordo com projecções do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) para 2021.